Pesquisadores discutem aumento do uso de inseticida na lavoura de soja

14/10/2009 - 1h58

Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - O aumento, na última década, de 60% no uso de inseticidas para controlar pragas nas lavouras de sojapreocupa a cadeia produtiva, que decidiuavaliar a necessidade de rever os atuais níveis de controle de desfolhadores(lagartas) e percevejos. O assunto está sendo discutido em um encontroaberto hoje (14) em Londrina (PR). Segundo opesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Soja Adeney de Freitas Bueno, o 1° Workshop Sobre Nívelde Controle de Pragas da Soja reúne até amanhã (15), entomologistas de instituições de pesquisa,universidades, fundações de apoio à pesquisa, empresas vinculadas à cadeiaprodutiva de todo o país. “Estamos procurando entender porque oagricultor não segue a recomendação técnica para o uso, que é o de só realizar a aplicação quandoperceber uma infestação de 20 lagartas por metro linear ou dois percevejosnesse espaço”.Deacordo com o pesquisador, numa avaliaçãoda lavoura, por meio do uso de técnica para a contagem dos desfolhadores, o produtor só teráo custo da mão de obra, podendo diminuir o de produção. “Mas alguma coisa nãoestá certa e é o que vamos discutir, porque em vez do manejo integrado, domonitoramento, ele se apressa em realizar aplicações fora de época, com uma populaçãobem menor dessas pragas. Está faltando confiança nas recomendações técnicas”.  O uso indiscriminado, além de aumentar o custode produção,  traz consequências para omeio ambiente e torna as pragas mais resistentes, alertou Bueno.A idéia é avaliar se há demanda de novas pesquisas no sistemade produção. Os atuais níveis decontrole das principais pragas foram determinados há mais de 20 anos. Até ofim do encontro, os participantes  decidirão a necessidade de rever os atuais níveis decontrole de desfolhadores e a possível formação de uma rede de pesquisa  para debater o assunto. “Vamos fazer essaavaliação levando em conta a  atualmaneira de cultivar a soja, as inovações com cultivares mais produtivas, ciclosde maturação e hábitos de crescimento diversificados, além de plantas geneticamente modificadas,” afirmou Adeney Bueno.