Indústria do etanol quer regras mais claras e menos impostos para o setor

14/10/2009 - 15h29

Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar(Unica), Marcos Jank, defendeu na Câmara Federal a criação de marcoregulatório e de política tributária mais favorávelpara reduzir as incertezas quanto à participação do etanol nafutura matriz de combustíveis. Segundo ele, a ausência de políticas estáveis para osetor nas últimas décadas trouxe incertezas para os investidores,  o mercado e o consumidor. Jank reconhece que, apartir de 2003, o governo passou a tratar melhor a questão dos biocombustíveis, permitindoque a indústria automobilística priorizasse a fabricação de veículosmovidos a álcool e gasolina, com  o desenvolvimento dos carros flexque são hoje a maioria da produção nacional.  É necessário, no entanto, segundo ele, que se criem políticas estáveis para aspróximas décadas. Para ele, o setor de etanol também tem função social,além da sua importância econômica e da  contribuição para a saúdepública, uma vez que produz um combustível com baixo potencial deemissão de gases. O presidente da Unica falou no seminário O SetorSucroenergético e o Congresso Nacional: Construindo uma AgendaPositiva, que está se realizando no Auditório Nereu Ramos, da CâmaraFederal.A assessora especial da Casa Civil da Presidência daRepública, Tereza Campello concordou com Jank quanto ànecessidade de marco regulatório para a área de combustíveisalternativos. Ela disse que, dada a importância que esses produtoscomeçam a assumir no mercado mundial, o Brasil tem de se preocupar em“manter o protagonismo e a liderança” nessa área. Tereza Campello afirmou que ogoverno tem agenda para a modernização do parque produtivo de cana e deoutros produtos necessários para a fabricação de biocombustíveis. “Temos trabalhado com os empresários nesse sentido, para queo etanol seja produzido com relações de trabalho dignas”, disse. Outro destaque importante  para o setor, abordado pela assessora, foi orecente estabelecimento de zoneamento ecológico para a cana, complanejamento ambiental e territorial diferenciado em relação a outrasculturas, o que não acontece em outros pontos do mundo. Segundo ela, oBrasil tem que tratar a produção do etanol não como uma fronteiraagrícola, mas como um produto da matriz dos combustiveis.