PT e PMDB praticamente fecham acordo sobre chapa para 2010

13/10/2009 - 11h31

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Se o PMDBdepender de qualquer sinalização do PT para embarcar nacampanha da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, àPresidência da República pode ficar tranquilo e jápode começar a trabalhar os nomes para compor a chapa com aindicação à Vice-Presidência. O atualpresidente do PT, Ricardo Berzoini (SP), mantém contatopermanente com os peemedebistas e afirmou à AgênciaBrasil que a aliança já está fechada com 80%do partido.“Essa éuma aliança estratégica não sópoliticamente, mas para governar o país. Já falei com oPMDB. Os peemedebistas podem, publicamente, assumir que são viceda gente”, disse Berzoini.Paraconsolidar essa união, no entanto, os peemedebistas corremcontra o tempo. Até novembro, o partido realiza convençõesregionais para eleger os novos diretórios e serãojustamente essas pessoas que decidirão, na convençãonacional do partido em junho de 2010, que rumo o PMDB tomaránas eleições presidencial. A cúpula do PMDB estáafinada com a cúpula, petista mas há resistênciasregionais.O RioGrande do Norte é um exemplo. O presidente da Comissãode Assuntos Econômicos (CAE) e ex-presidente do Senado,Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), disse que essa aliança entrepetistas e peemedebistas ainda está por ser decidida. Elecondiciona as definições das alianças estaduaiscomo pré-requisito para se começar a conversar arespeito de aliança nacional.“Secolocarmos a situação nacional de imediato atéque poderemos obter o consenso, mas ficaremos devendo uma soluçãonos estados, que tenha o mesmo êxito”, afirmou GaribaldiAlves.Opeemedebista acrescentou que não vê problemas em sefechar uma aliança nacional com o PT, entretanto tem dúvidasse este seria o melhor momento de o PMDB discutir um nome para a Vice-Presidência numa futura campanha presidencial. “Oproblema é que com relação ao estado [RioGrande do Norte] há algumas divergências e a partirdo momento em que se antecipar essa discussão pode-se gerarproblemas no partido.”Na semanapassada, outros peemedebistas reclamaram desta “pressa” da cúpulado PMDB de fecha uma aliança nacional com o PT para 2010. Ossenadores Pedro Simon (RS) e Geraldo Mesquita Júnior (AC)discursaram em plenário condenando a iniciativa da cúpulapartidária de amarrar um acordo com o presidente Lula e o PTsem consultar as bases do partido.Ovice-líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), noentanto, é um dos articuladores da futura aliança quegarante a indicação da Vice-Presidência numaeventual campanha de Dilma Rousseff. Para ele, o assunto jáfoi debatido o bastante no partido, e a hora de fechar o acordo éagora.“Quemestá falando contra [o acordo do PMDB com o PT] que dispute na convenção[nacional de 2010]”, disse o parlamentar Eduardo Cunha. Eledestacou que a maior parte dos dirigentes estaduais de hoje sãofavoráveis à aliança com o PT. Entretanto, essequadro pode não ser o mesmo a partir de novembro, quando oPMDB terá definido os novos representantes dos diretóriosestaduais que decidirão, em junho de 2010, o rumo do partidona sucessão presidencial.