Brasil estuda estabilizar emissões de gases de efeito estufa até 2020

13/10/2009 - 16h58

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Brasilpode chegar a 2020 com os mesmos índices de emissão de gases deefeito estufa medidos em 2005, de 2,2 bilhões de toneladas anuais,sem comprometer a meta de crescimento econômico de 4% ao ano. Aconta é do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, que apresentouhoje (13) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a proposta dapasta para a posição a ser defendida pelo Brasil na reunião daOrganização das Nações Unidas (ONU) sobre mudanças climáticas, emdezembro, em Copenhague.“Senada for feito, vamos chegar a 2020 com 2,8 bilhões de toneladas, umcrescimento de 30%”, comparou Minc, que aposta da redução dodesmatamento, no combate à desertificação, no uso de etanol ede biocombustíveis e no estimulo ao uso de carvão vegetal para reduzira curva de crescimento de emissões do país e estabilizar asemissões até 2020.Oesforço, no entanto, depende de recursos internacionais. A convençãoda ONU sobre mudanças climáticas prevê que países ricos financiemações de redução nas nações em desenvolvimento, mas omecanismo para o repasse e os valores ainda não estão definidos. Peloscálculos de Minc, seriam necessários cerca de de US$ 10 bilhõespor ano para financiar as ações brasileiras.“Asfaixas [de redução] vão depender de fundos internacionais.É preciso ampliar os fundos que os ricos estão se dispondo aoferecer. Atualmente falam em US$100 bilhões [para investimentosem todo os países em desenvolvimento],mas o Brasil defende pelo menos três ou quatro vezes mais”,afirmou.

Além daproposta do Ministério do Meio Ambiente, os ministro da Ciência e Tecnologia, SergioRezende, e o secretário-executivo do Fórum Brasileiro de MudançasClimáticas, Luiz Pinguelli Rosa, também apresentaram propostas paraa posição do Brasil em Copenhague. “Não foram posiçõesdivergentes. Agora vamos sintetizar em uma proposta só”, disseMinc.

A ideia éfechar a posição brasileira ainda este mês, provavelmente no dia20, quando o presidente Lula deve se reunir novamente com osministros responsáveis pela negociação e com o Fórum Brasileirode Mudanças Climáticas. Segundo Minc, Lula ainda pretende reunirpresidentes de países da região Amazônica para acertar umaposição conjunta sobre a inclusão das florestas no novo acordoclimático global.