Brasileiros que vivem em Honduras defendem novas eleições para pôr fim à crise política

10/10/2009 - 18h27

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A comunidade de 350 brasileiros que vive emHonduras virou alvo das atenções, há poucomais de duas semanas, depois que o presidente deposto dopaís, Manuel Zelaya, alojou-se com correligionários na Embaixadado Brasil, na capital, Tegucigalpa.Reunidos em uma associação organizada, os brasileiros defendem arealização de novas  eleições presidenciais, no dia 29 de novembro, como única alternativa para por fim ao impasse político que domina o país.Apresidente da Associação dos Brasileiros Residentes em Honduras, ElisaVieira, disse à Agência Brasil que a esperança de todos está depositadana articulação internacional em defesa da realização das eleições.“Nossa esperança é que o governo brasileiro e os demais países tomemconsciência da verdadeira situação de Honduras. A expectativa de todosé que haja eleições no dia 29 de novembro e que o novo presidente seja reconhecido internacionalmente”, disse.Segundoela, é necessário confiar no Tribunal Eleitoral de Honduras.“As eleições são a solução para tudo e têm que ser aceitas. O TribunalEleitoral já estava trabalhando para as eleições desde o governo do ManuelZelaya, seus magistrados foram escolhidos durante o governo de Zelayae permanecem os mesmos. É um órgão independente do Poder Executivo. Ehá muitas pessoas trabalhando para que essas eleições aconteçam damaneira mais transparente e confiável possível. Estas eleições são a solução para a crise hondurenha”, afirmou.Veterináriae casada com um hondurenho, Elisa tem o perfil da maioria dasmulheres brasileiras que moram em Honduras. Exerce a profissão,pertence à classe média alta, é culta e acompanha o processo políticono país onde vive. Ela participou das reuniões promovidas pela comitivaparlamentar que visitou Tegucigalpa e sempre mantém contato com os diplomatasbrasileiros. Para Elisa, a tensão política aumentou emrelação aos brasileiros desde o dia 21, quando Zelaya ocupou a embaixada brasileira, porque alguns hondurenhos sãocontrários à presença do presidente deposto na embaixada.“Houve uma certa hostilidade. Algumas pessoas que estão muitoestressadas com toda essa crise, às vezes, acham que nós, brasileiros,estamos por trás disso e que apoiamos a atitude do nosso governo comrelação à 'interferência' em Honduras, o que não é verdade”, contou. A presidente da associação contou ter recebidoum telefonema de uma mulher que resolveu xingá-la e responsabilizá-lapela crise política de Honduras. “Eu mesma recebi uma ligação de umasenhora me xingando e falando que vão perseguir os brasileiros. Mas nãopassou mais de um desabafo de alguém estressado e bravo com o retornodo Zelaya. Algumas brasileiras também receberam e-mails questionando aatitude do nosso governo, mas tudo não passa de desabafos e estressedas pessoas. Todos caminhamos nas ruas tranquilamente e vamos trabalharsem problemas”, afirmou.