Impeachment de Yeda Crusius deve ser votado em plenário na próxima semana

09/10/2009 - 19h53

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Com 16 votos dedeputados governistas, o pedido de impeachment dagovernadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), foi arquivadona comissão especial criada na Assembleia Legislativapara analisar o caso. Agora o pedido terá que ser votado emplenário, o que pode ocorrer na próxima semana. Noentanto, a governadora tem reais chances de arquivar de vez o pedidode investigações. A base de apoio do governo estadual tem 34deputados, contra 21 da oposição.Não houve votocontrário ao arquivamento proposto no relatórioelaborado pela deputada Zilá Breitenbach, do mesmo partido dagovernadora. A votação na comissão ocorreudepois que a bancada oposicionista se retirou da sessão, apósquestionar a participação do deputado Carlos Gomes, quemudou de partido na comissão. O pedido de impeachmentda governadora foi apresentado por funcionários do governoorganizados no Fórum de Servidores Públicos. Na semanapassada, a oposição denunciou que ogoverno pagou cerca de R$ 100 mil em material de construção para uma obra particular.Como prova, os opositores da governadora apresentaram o empenhos edespesas autorizadas pela Casa Civil. O endereço de entregaera a casa particular de Yeda Crusius, em Porto Alegre.O governo admite acompra dos materiais para a casa da governadora. Em nota, considerou aoperação “totalmente legal”, por se tratar da“aquisição de bens e serviços necessáriosà habitabilidade do local onde o governador reside".Yeda Crusius também éacusada pelo Ministério Público Federal (MPF) de liderar umesquema de corrupção envolvendo mais oito pessoasligadas ao Palácio Piratini, sede do governo gaúcho. Na açãode improbidade administrativa, o grupo é classificado comouma “organização criminosa” pelo MPF.Além dagovernadora, estão citados na ação seuex-marido, o professor Carlos Crusius, o deputado federal JoséOtávio Germano, os deputados estaduais Luiz Fernando Záchia(PMDB) e Frederico Antunes (PP), o ex-secretário DelsonMartini, a assessora da governadora Walna Vilarins Meneses, ovice-presidente do Banrisul, Rubens Bordini, e o presidente doTribunal de Contas do Estado (TCE), João Luiz Vargas. O MinistérioPúblico Federal sustenta que “os réus participaramativamente da prática de expressiva fraude". O desvio, deacordo com a ação, atinge a cifra de R$ 44 milhões.