Documento que pede inclusão da Amazônia em discussões sobre o clima será levado à Dinamarca

09/10/2009 - 15h40

Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - Ainda hoje (9),os participantes da Cúpula Amazônica de Governos Locais devemapresentar um documento com a proposta deinclusão da Amazônia nas negociações de mudanças climáticas globais. O documento, chamado Carta de Manaus, trará também a síntese dos resultados das discussões realizadas durante o encontro.De acordo com o secretário de Meio Ambiente eSustentabilidade da capital amazonense, Marcelo Dutra, a Carta deManaus também será apresentada em dezembro, na Dinamarca, durante a reunião da Conferência das Partes sobre o Clima (COP-15). Dutra destacou que o documento pretende levar às autoridadespresentes na reunião em Copenhague um pouco da realidade dos municípiosque compõem a Amazônia Internacional, bem como as necessidades da região. Um dos assuntos que precisam ser melhordiscutidos, segundo Dutra, é a relação entre a preservação da floresta e a vida daspopulações que vivem nessas áreas.“Enquanto a fome brigar com a intocabilidade da floresta, o meioambiente vai perder. Precisamos ajudar as populações da região eencontrar os caminhos certos para alinhar as políticas nacionais com asdos municípios”, sintetizou.O juiz da Vara Especializada em Meio Ambiente e Questões Agráriasdo Amazonas, Adalberto Carim, explicou que a Carta de Manaus constitui um documento do tipo soft law, ouseja, que não tem valor jurídico imediato, mas que, gradualmente, podeser adaptado à Constituição Federal.“Os países que firmarem essa carta e interiorizarem o entendimento comum, terão oportunidade de adaptar e adequar isso às suas legislações internas”, disse.Naavaliação do pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas daAmazônia Niro Higushi, um dos pontos polêmicos dos debates realizadosdurante a Cúpula Amazônica de Governos Locais e que devem ser tratados naCOP-15 é o desmatamento zero. “Nesses próximos dez anos, o Brasil não está preparado para ter desmatamento zero na Amazônia, mas a sinalização de uma redução é um progresso enorme e vai ter impacto na COP-15”, finalizou.