Senadores querem ouvir prefeito de Caracas para definir inclusão da Venezuela no Mercosul

08/10/2009 - 14h24

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Comissão de Relações Exteriores do Senadodeve convidar o prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, para umaaudiência pública nos próximos dias. Ontem (7),pela primeira vez, o político defendeu o ingresso da Venezuelano Mercosul. Contrário ao governo do presidente Hugo Chávez,Ledezma criticava a participação venezuelana no bloco.A participação da Venezuela no bloco econômico étema de controvérsia entre os senadores que votarão orelatório definindo a questão no dia 29.“Éum fator novo e que traz elementos que merecem discussão eanálise. Já estou em negociação para queo prefeito venha o mais rápido possível participar daaudiência na comissão”, disse o presidente da Comissãode Relações Exteriores do Senado, Eduardo Azeredo(PSDB-MG). Segundo o senador, o tema não foi colocado emvotação, mas o objetivo é ouvir o prefeito parasanar dúvidas e colaborar para o debate.A mudançade opinião de Ledezma foi transmitida nesta quinta-feira (8)pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP) que mostrou à comissãouma entrevista concedida pelo prefeito à imprensa venezuelanadefendendo o ingresso de seu país no Mercosul. A iniciativasurpreendeu os políticos brasileiros, pois, em maio, Ledezmaenviou correspondência ao Senado Federal pedindo o veto àentrada da Venezuela.Na cartaenviada ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP),Ledezma apelou aos senadores argumentando que o ingresso da Venezuelaseria “um precedente muito grave” ao lembrar que Chávezchamou os senadores de “papagaios do império americano”. Oprefeito se referiu às críticas do presidentevenezuelano à demora na definição sobre aparticipação de seu país no bloco insinuando umasuposta subserviência brasileira à políticanorte-americana.A propostade integração da Venezuela aguarda votação,no dia 29. O relatório do senador Tasso Jereissatti (PSDB-CE),recomenda o veto, enquanto o líder do governo no Senado,Romero Jucá (PSDB-RR), apresentará um voto em separado(espécie de relatório paralelo) defendendo aparticipação venezuelana.Contrárioà entrada da Venezuela, Tasso apresentou um relatórioduro com críticas políticas e técnicas. Segundoele, os aspectos positivos sobre a possível participaçãodo país vizinho no bloco são insuficientes. O assuntogera divergências entre os parlamentares e por isso houve umpedido coletivo de vista do relatório, no último dia1º.Se orelatório de Tasso for rejeitado, será arquivado. Mas,uma vez aprovada a participação da Venezuela noMercosul, a proposta seguirá para análise do plenáriodo Senado.