Estações de trens do Rio voltam à normalidade um dia após tumulto

08/10/2009 - 16h15

Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O clima era detranquilidade nas estações do ramal de Japeri – que liga aBaixada Fluminense ao centro da cidade do Rio de Janeiro –, namanhã de hoje (8), diferentemente de ontem (7), quando houvetumulto, depredação e saques após a pane num trem. Naestação de Nilópolis, as cinco roletas que foram arrancadasdurante o tumulto foram substituídas logo cedo. Cerca de dezpoliciais cuidaram da segurança do local durante toda a manhã.ASuperVia, que administra o transporte ferroviário no estado do Riode Janeiro, permitiu o embarque gratuito de passageiros das 16estações do ramal de Japeri até as 10 h, como forma de ressarciros passageiros prejudicados ontem. O advogado Paulo RobertoSousa, que mora em Nilópolis e usa o trem diariamente para irtrabalhar no centro do Rio, considerou paliativa a medida adotada.Segundo ele, alguns problemas ocorridos ontem são recorrentes. “Écomum haver atrasos nos trens, falta de informação, vagõesprecários e superlotação. A empresa nos vê como usuários, masnão como clientes.”Outro usuário da linha de Japeri, osegurança Helio Gonçalves Viana também reclamou da precariedadedos trens, mas condenou os atos de destruição dessa quarta-feira.“Para mim foi vandalismo. Não justifica quebrar e roubar.” Auniversitária Wanderléia Araújo dos Santos, que usa o trem para irtrabalhar e estudar, chamou o sistema ferroviário de caótico, masdisse que quebrar o que é de uso do próprio passageiro é "poucointeligente". “Não adianta nada. Só o passageiro é que saiprejudicado.” O governador Sérgio Cabral e prefeitoEduardo Paes também condenaram as ações, que classificaram devandalismo. O governador disse que já pediu para que a políciaidentifique e prenda os envolvidos nos saques e no incêndio nosvagões.Aconfusão aconteceu depois que um trem que fazia o percursoJaperi-Central do Brasil enguiçou por volta das 7h de ontem, a 100metros da estação. Segundo a Supervia, a companhia fez o reparo dacomposição em 20 minutos, mas um grupo de passageiros forçou asportas e desembarcou na via férrea, paralisando os serviços em todoo ramal. Usuários revoltados com a recusa da empresa de nãodevolver o dinheiro da passagem quebraram e saquearam bilheterias emquatro estações, queimaram dois vagões e arrancaram roletas.