Última ação do MST facilitou coleta de assinaturas para criação de CPI, diz senadora

07/10/2009 - 17h24

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A presidente daConfederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadoraKátia Abreu (DEM-TO), disse hoje (7) que a derrubada de pés delaranja da empresa Cutrale, na Fazenda Santo Henrique, pelo Movimento dosTrabalhadores Rurais Sem Terra (MST), tem facilitado o recolhimentodas assinaturas necessárias para a criação da comissãoparlamentar mista de inquérito (CPMI). Os parlamentares querem investigar repassespúblicos para financiar ações do movimento e de outras entidadessociais.A Fazenda Santo Henrique está incluída noNúcleo Colonial Monção, no interior do estado de São Paulo, uma área de 40 mil hectares espalhados entre osmunicípios de Agudos, Águas de Santa Bárbara, Borebi, Iaras e LençóisPaulista. Há uma discussão na Justiça visando à desapropriação dafazenda para fins de reforma agrária.“O recolhimento de assinaturas está sendofacilitado, principalmente por conta desse abuso. Conversei com osdeputados Marcos Montes (DEM-MG) e Ônyx Lorenzoni (DEM-RS), entrevários deputados, e eles garantem que hoje devem finalizar orecolhimento das assinaturas na Câmara”, afirmou a senadora.Segundo ela, no Senado já foram colhidas mais de 30assinaturas, e o número mínimo exigido é de 27. Na Câmara dosDeputados, são necessárias mais 171 assinaturas. Kátia Abreu disseque não deve haver dificuldades em colher todas as assinaturas.Assim que isso for feito, os parlamentares protocolarão o pedido deabertura da CPMI nas duas casas. A senadora cobrou ainda açãodo governo em relação ao episódio citado. “Precisamos de umapalavra clara do governo federal contra essas ações do MST e nãoestamos vendo, em nenhum momento, um pulso firme e forte no sentidode puni-los. Muito pelo contrário. Nós vimos a base do governotrabalhar duro para esvaziar a CPI como se estivesse mandando umrecado ao MST de que eles têm proteção”, afirmou.