Raul Jungmann diz que Brasil deve desculpas a povo hondurenho

07/10/2009 - 14h54

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O deputadoRaul Jungmann (PPS-PE) disse hoje (7) que o Brasil deve desculpas aopovo hondurenho por ter permitido que o presidente deposto, ManuelZelaya, fizesse manifestações ao seu povo de dentro daembaixada brasileira.“Ogoverno agiu corretamente quando o abrigou dentro da nossa embaixada.Mas, a diplomacia brasileira cometeu um gravíssimo erro aopermitir que ele se manifestasse via embaixada brasileira. Por isso,devemos um pedido de desculpa ao povo hondurenho”, disse ao relatara viagem na Comissão de Relações Exteriores daCâmara.Ao fazer adeclaração, foi imediatamente criticado pelo deputadoJackson Barreto (PMDB-SE), que saiu irritado do plenário dacomissão. “Eu quero é aplaudir o governo brasileiro”,gritou.Acomissão, composta por seis deputados, esteve na semanapassada em Tegucigalpa, capital de Honduras, para tratar dasrestrições impostas aos brasileiros na embaixada e,diplomaticamente colaborar com as negociações para ofim do impasse.O gruporeafirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e oministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, nãoparticiparam de nenhuma manobra para abrigar o presidente depostoManuel Zelaya na embaixada brasileira. Jungmann afirmou que o momentomais crítico da viagem foi no congresso hondurenho, quando umDVD com imagens da crise foi mostrado aos parlamentares.Uma dasimagens, segundo Jungmann, mostrava uma tela preta com letras brancasdizendo: Brasil e Venezuela violentaram a soberania de Honduras. “Foium momento de uma certa dificuldade. Depois, ficamos sabendo que oDVD estava sendo transmitido nas televisões”, afirmou.“Discordamos do DVD e do que estava exposto”, completou.Jungmann,no entanto, ressaltou que o Brasil abrigou Zelaya na embaixada porconta de sua tradição humanitária. “Noscolocamos como uma nação que viveu os traumas de umaditadura e aprendeu a respeitar suas instituições”.Segundoele, a principal queixa era quanto à falta de statusjurídico de Zelaya, se abrigado ou asilado na embaixada. “Oshondurenhos disseram que essa indefinição propiciava osque favoreciam o governo Micheletti”, disse.O deputadoainda afirmou que, apesar do número excessivo de pessoasabrigadas, a embaixada brasileira se encontra, atualmente, emrelativa ordem. E ouviram de Zelaya que aceitaria voltar àPresidência, mesmo que para isso precise ceder um pouco de seupoder. “Ele disse que, se em 15 dias não se encontrasse umasolução para a crise, o povo hondurenho não iaaceitar as eleições marcadas para novembro”,comentou.Jungmanndisse que irá apresentar à comissão um relatóriopor escrito da viagem. Por enquanto, entregou apenas um conjunto denotícias de jornais de todo o mundo elogiando a viagem dosparlamentares brasileiros a Honduras.