Petrobras espera resultado positivo da balança comercial em 2009

07/10/2009 - 17h57

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A maior oferta de petróleo para exportação, a redução do spread (diferença) entre o óleo leve e o pesado, o aumento da produção de diesel no mercado interno e a redução da demanda termelétrica levarão a Petrobras a fechar 2009 com superavit em sua balança comercial superior aos US$ 1,45 bilhão registrados no primeiro semestre. A informação foi dada hoje (7) pelo diretor da Área de Refino e Derivados da Petrobras, Paulo Roberto Costa, que não estimou de quanto será o superavit, mas ressaltou que os números estão crescendo. Costa também não revelou o resultado da balança comercial do terceiro trimestre, encerrado em setembro, porque os números ainda não foram divulgados no mercado. Ele teve um encontro com jornalistas, no Rio, onde falou sobre os resultados da empresa que comemora este ano 56 anos de criação.A balança comercial da companhia é calculada com base nas exportações e importações de petróleo e derivados, sem considerar os dados de gás natural, gás natural liquefeito (GNL) e nitrogenados. O resultado do primeiro semestre desde ano superou em quase 600% o do primeiro semestre de 2008.Ao explicar a conjunção de fatores favoráveis que levou aos números positivos, Costa lembrou que a Petrobras está produzindo, desde setembro do ano passado, cerca de 35 mil barris a mais de óleo diesel por dia, em razão de aperfeiçoamentos técnicos nas refinarias da companhia. A isto, disse o diretor, soma-se o fato de que, em razão da retração da demanda interna, a empresa está importando em média 45 mil barris por dia, contra os 120 mil barris de óleo diesel importados em média ao longo de 2008.“O diesel tem um valor agregado muito alto e isto causa um reflexo muito positivo. E, além disso, tivemos aumento na exportação de petróleo, hoje da ordem de 500 mil barris por dia, com pico em julho de mais de 600 mil barris por dia, contra uma média de pouco mais de 300 mil barris por dia verificada em 2008”.Outro fator destacado por Costa foi o “spread entre o preço do petróleo leve e o do petróleo pesado, que diminuiu. Hoje, o petróleo pesado que nós estamos importando está com um valor agregado, em relação ao petróleo leve,  muito maior do que no ano passado. A Opep [Organização dos Países Produtores de Petróleo], na virada do ano, fez uma redução na oferta do petróleo pesado e o mundo precisa de petróleo pesado para fazer óleo combustível [o bunker, combustível para navios]. Aí, surgiu uma janela de oportunidade para nós muito grande.”Como o país passou a vender o petróleo pesado que produz em boa quantidade a um preço muito próximo do petróleo leve – que o país ainda precisa importar para misturar ao petróleo pesado no processo de refino - acabou obtendo mais um fator positivo para a balança de pagamentos.