Diretor da Petrobras diz que regime de partilha defende melhor os interesses da União

05/10/2009 - 22h32

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Em audiência daComissão de Serviços e Infraestrutura do Senado, o diretor deProdução da Petrobras, Guilherme de Oliveira Estrella, defendeu aadoção do regime de partilha como forma de assegurar um maiorcontrole da exploração do petróleo da camada pré-sal. Eleexplicou que o regime é adotado em vários países, principalmente emcampos onde é baixo o risco de exploração. Até hoje, a Petrobrasatuou somente com o regime de concessão, mas o governo tomou aposição de adotar o sistema de partilha confiando na altaprodutividade da área do pré-sal. “Estamos falando de poços comgrandes volumes recuperáveis de óleo e gás por apresentarem rochasporosas e que já apresentaram elevada produtividade dos postostestados”, enfatizou Estrella, ao citar como exemplo campos do norte do EspíritoSanto e o Campo de Tupi, localizado na Bacia de Santos. “São poçosefetivamente muito produtivos”, destacou.O diretor também defendeua Petrobras como única operadora do pré-sal, com a participação deterceiros, e enfatizou a escassez crescente de petróleo no mundo. Elecitou um estudo da Agência Internacional de Energia sobre asituação mundial de consumo e produção de petróleo até 2030. “Os mais pessimistasindicam que teremos um consumo de 85 milhões a 90 milhões de barris, por dia,em 2030. Uma perspectiva média aposta em um consumo de 100 milhõesde barris por dia. Mas há uma previsão de termos um consumo mundialde 110 milhões de barris a serem consumidos, por dia, em 2030. Odramático disso tudo é que, considerando os campos já descobertoshoje, eles dariam conta de apenas 30 milhões a 40 milhões de barris por dia.Isso significa que as empresas mundiais, sejam estatais ou privadas,precisam descobrir, até 2030, campos para produzir cerca de 60 milhões a 70milhões de barris por dia”, observou. “Certamente várioscaminhos têm sido adotados para atender a essa demanda. Esse assuntocertamente estará na ordem do dia nas discussões internacionais”,explicou.No regime de partilha, a Petrobras fará parceria com empresas privadas para investimentonos poços. A escolha da empresa parceira dependerá do percentual doóleo-lucro [volume de óleo retirado e subtraído os custos cominvestimentos e de operação] oferecido à União. O percentualmínimo a ser ofertado é de 30%. “A empresa que oferecer maiorpercentual de óleo-lucro para a União vencerá a licitação”,disse Estrella.