Ação de sem-terra leva senadores a propor CPI para investigar MST

06/10/2009 - 12h42

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Comissãode Agricultura do Senado abriu as reuniões hoje (5) comcríticas à invasão do Movimento dosTrabalhadores Rurais Sem Terra (MST) a uma fazenda produtora delaranja, em São Paulo. Os integrantes do movimento derrubaramcentenas de pés da fruta para poderem plantar outras culturas. Provocadapelo próprio presidente da comissão, Valter Pereira(PMDB-MS), o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) propôs que osparlamentares abram a discussão para ressuscitar a ComissãoParlamentar de Inquérito (CPI) do MST, desta vez exclusiva doSenado, pois a comissão mista que investigaria o repasse derecurso para o movimento foi inviabilizada semana passada pelaretirada de assinaturas de deputados de última hora. “OBrasil não suporta esse movimento à margem da lei.Legalmente atitudes como essa tem que ser enquadradas. O pior éque eles anunciam o que vão fazer, a imprensa publica e nadaacontece. Podemos fazer a CPI no Senado, onde a pressão dogoverno não funciona”, afirmou o tucano.Opresidente da Comissão de Agricultura afirmou que deve haverum instrumento que permita investigar o MST, bem como os repassesfederais para o movimento e os supostos financiamentos internacionais. Ele também não poupou críticasao presidente do Senado, José Sarney que, na semana passada,teria dito que uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do MST serviria para desestabilizar osmovimentos sociais.A senadoraMarisa Serrano (PSDB-MS) considerou a ação um crime.Segundo ela, o Brasil não pode desprezar açõesantiéticas e imorais. “Ninguém pode ser contra osmovimentos sociais, mas se alguém for a favor do crime e dadesorganização, aí sim, esse será umassunto sério a ser discutido pelo Senado.”O senadorEduardo Suplicy (PT-SP) também condenou a atitude domovimento. De acordo com ele, essas ações nãoajudam a causa da reforma agrária. “Todas vez que o MST fazacampamento em fazendas improdutivas, ele ganha adeptos.”