Governo paulista nega falhas em atendimento habitacional a sem-teto

05/10/2009 - 21h06

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU) negou hoje (5), por meio de nota à imprensa, que tenha deixado de dar atendimento habitacional às famílias de sem-teto que foram retiradas há mais de dois anos do Edifício Prestes Maia em um processo de reintegração de posse. Na madrugada de hoje, famílias de sem-teto remanescentes do Edifício PrestesMaia ocuparam um empreendimento conhecido como Pari A2, localizado no centro de São Paulo. Um boletim de ocorrência foi registrado no 2º Distrito Policial da capital e a companhia também solicitou à Justiça a reintegração de posse do imóvel. Segundo o coordenador da Frente de Luta Por Moradia, Osmar Borges, cerca de 160 famílias que moravam no Edifício Prestes Maia receberam carta de crédito para a compra de imóveis na zona leste, mas a  grande maioria – cerca de 360 famílias – ficou aguardando a chance de acesso à moradia. Para o CDHU, isso “foge completamente à verdade”. “Tanto que, quando aconteceu a reintegração de posse do Edifício Prestes Maia, foi realizado acordo entre a prefeitura municipal de São Paulo, a CDHU e o governo federal, por meio da Caixa Econômica Federal, para permitir o cadastramento e o atendimento habitacional das famílias que, à época, ocupavam irregularmente o imóvel”, diz a nota.Segundo o texto, 160 famílias teriam sido atendidas com apartamentos novos no conjunto José Bonifácio H, na zona leste da capital e, das 360 famílias restantes, 269 foram indicadas por cartas de crédito. “As restantes estão em processo de habilitação que consta, basicamente, da apresentação de documentos pessoais e de comprovação de renda.”No final da tarde de hoje, as lideranças de sem-teto estiveram reunidas com o secretário-adjunto de Estado da habitação, Ulrich Hoffmann e, segundo a nota da CDHU, foram informadas sobre a disposição do órgão de retomar o imóvel invadido.Segundo a CDHU, o conjunto Pari A2 está em fase final de construção e tem previsão de entrega para dezembro. O empreendimento tem 160 apartamentos e está destinado a famílias moradoras de cortiço do centro da capital. “As famílias que o ocuparão já estão identificadas e aguardam apenas o término das obras para serem atendidas, o que deve ocorrer nos próximos 90 dias”, diz a nota.