Economistas da FGV estimam crescimento de até 7% no ano que vem

05/10/2009 - 20h13

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas(FGV) divulgou hoje (5) análise econômica na qual destaca apossibilidade de que 2010 seja um ano de “economia espetacularmenteaquecida”. Nesse contexto, “é certo que o Brasil vaise expandir a um bom ritmo”, com crescimento numa faixa entre 4,5% e 7%.Osanalistas da FGV acham que um avanço de 7% no Produto Interno Bruto(PIB) – soma das riquezas produzidas no país – “não é, de forma alguma,inconcebível”, e consideram a eventualidade de uma recuperação em “V”,na qual a intensidade da retomada seria equivalente à  força dacontração ocorrida na virada de 2008 para 2009. Eles traduzem para aeconomia a lei da física, segundo a qual “a toda ação corresponde umareação de igual intensidade [e de sentido contrário]”.Quanto ao piso de 4,5% previsto para o crescimento, a cartado Ibre ressalta que “por mais que se reprima o otimismo, dificilmenteseria justificável qualquer previsão de crescimento, em 2010, inferiora 4,5%”. Esse patamar, aliás, é chamado por economistas da FGV de “conservador”, emrazão do histórico de expansão do país na última década e tambémporque acreditam que a recuperação virá na esteira de uma recessão, o que, segundoeles, “amplifica o efeito da retomada”.Um crescimento de 4,5%seria, portanto, na avaliação dos economistas, um cenário de mais tranquilidade para o Banco Central,uma vez que, sem o fantasma da pressão inflacionária, a autoridademonetária poderá manter a taxa Selic em 8,75% ao ano por muito tempo. Alémdisso, adianta a análise, o BC tampouco teria que se preocupar com o“timing [prazo máximo] para retirada dos estímulos fiscais anticíclicos”.Emcontrapartida, se o crescimento apontar para taxa próxima a 7%, acapacidade de produção da economia será pressionada no decorrer de 2010e o BC enfrentará o desconforto de “ter quepuxar o freio da política monetária em plena campanha eleitoral”. Essecenário torna-se mais verossímil, segundo a análise, quando se avaliaos poderosos estímulos à demanda, criados pelo governo, e cuja gestãofutura “pode não estar imune” à equação político-eleitoral de 2010.