Gabrielli destaca necessidade de investir em equipamentos para exploração em alto-mar

02/10/2009 - 1h56

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O presidente daPetrobras, José Sergio Gabrielli, alertou hoje (2) para anecessidade de se investir na produção de equipamentos paraexploração em alto-mar e em treinamento de mão de obraespecializada. Segundo ele, limitações nessas áreas podem reduziro ritmo de desenvolvimento da exploração do petróleo na camada dopré-sal e preocupam mais do que a necessidade de recursosfinanceiros para viabilizar a atividade no país.“Não vejorestrições na capacidade de financiar esses investimentos, omercado vai criar mecanismos para isso. Vejo como muito maisimpactante a inexistência física de navios, máquinas,equipamentos, sondas, válvulas. Além disso, é possível que nofuturo tenhamos algumas limitações de mão de obra, porque o volumede demanda por técnicos especializados vai crescer. É necessárioinvestir em treinamento de mão de obra, em novas indústrias edensificar a cadeia produtiva para que o pré-sal possa sedesenvolver com a rapidez adequada”, afirmou ele, após concederentrevista ao programa Brasil em Pauta, da EBC Serviços,da Empresa Brasil de Comunicação.Duranteo programa, Gabrielli voltou a defender uma divisão “maisigualitária” entre os estados brasileiros dos recursosprovenientes dos royalties do pré-sal. Ao enfatizar que setrata de uma opinião pessoal, ele disse que os estados produtorespodem receber um volume maior, “mas não na proporção que éhoje, uma vez que o volume [de recursos gerados com a atividade]vai ser muito grande”.O presidente da Petrobras tambémreiterou que a estatal tem condições de operar sozinha naatividade, o que, segundo ele, pode permitir uma maior eficiência emtodo o processo.“Dado o tamanho da operação, é melhorque a montagem de infraestrutura seja feita de forma a otimizar osistema como um todo e não partido, pulverizado. É a única maneirade garantir que se constitua uma indústria nacional forte, evitandoa maldição do petróleo, que é ter um setor crescente forte semque haja no país nenhuma outra atividade”, explicou.Eledestacou, no entanto, que esse cenário envolverá também diversasempresas nacionais e estrangeiras, que poderão atuar em parceria coma Petrobras, oferecendo e contratando serviços de váriasnaturezas.Gabrielli lembrou que estatal responde por mais de88% das operações no mar brasileiro e por 23% das operaçõesmundiais em águas profundas. Também destacou que estão previstosinvestimentos de mais de US$ 174 bilhões para os próximos cincoanos, dos quais cerca de US$ 30 bilhões devem ser destinados àatividade de exploração do pré-sal.