Economia nacional receberá cerca de 70% do orçamento de Angra 3

02/10/2009 - 7h17

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Do orçamento de R$ 8,3 bilhões, estimado para a conclusão da Usina Nuclear Angra 3, 70% serão gastos  em moeda nacional, por meio da compra de equipamentos, serviços e obras de engenharia de fornecedores brasileiros. “Setenta por cento  disso serão  injetados  na economia do país”, afirmou à Agência Brasil o assessor da presidência da Eletronuclear, Leonam dos Santos Guimarães.

Os 30% restantes referem-se a gastos com importação. A maior parte desse volume de recursos será aplicada na aquisição do sistema de  instrumentação e controle da usina, que é todo digital, de última geração.

Leonam dos Santos explicou que o sistema é idêntico ao que está sendo implantado nas usinas de Flamanville e Olikiluoto, que a empresa francesa Areva está construindo na França  e na Finlândia. “Quer dizer, o sistema de  instrumentação e controle de Angra 3 vai ser equivalente a esses, é digital, diferente do sistema de Angra 2. Essa é a maior diferença entre as duas usinas nacionais”.

Angra 3 vai gerar 1.405 megawatts (MW) de energia. Com a realização do marco zero da obra no início de dezembro deste ano, a expectativa é de que a usina entre em operação em maio de 2015. As usinas Angra 1 e 2 respondem, juntas, por cerca de 50% do consumo de energia elétrica do estado do Rio. Leonam dos Santos afirmou que somando Angra 3, o abastecimento ficará próximo de 70%.

As negociações para o financiamento de 70%  da parte relativa ao orçamento em moeda nacional estão avançadas entre a Eletronuclear e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), informou o assessor da presidência da estatal. Ele destacou, entretanto, que para que isso ocorra, deverá ser fechado antes  o contrato de suprimento de energia de Angra 3, bem como o contrato de longo prazo de fornecimento de combustível nuclear.

As negociações desses dois contratos envolvem  os ministérios das Minas e Energia e da Ciência e Tecnologia. “Isso está em andamento, e eu espero que em breve se conclua esse contrato de longo prazo que permitirá fechar o contrato de suprimento de Angra 3 e, com ele, todo o procedimento de liberação do financiamento do BNDES”.Os 30%  restantes serão financiados com recursos próprios da holding Eletrobrás e por meio de captações de recursos no mercado.  Segundo Leonam dos Santos, as negociações para o financiamento internacional da obra com um pool de bancos europeus também estão adiantadas. “A Eletrobrás é a garantidora desses financiamentos”.