Secretário de Política Econômica diz que há "terrorismo fiscal" nas críticas aos gastos públicos

01/10/2009 - 20h02

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O secretáriode Política Econômica do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, rebateu críticas de que os gastos do governo tendem a provocardesequilíbrio fiscal e que teriam reflexos pesados para o próximo governo.Ele disse hoje (1º) que considerações muito enfáticas sobre o que vai acontecer daqui a umano ou mais, numa economia mundial que acabou de sair da maior crisedos últimos 80 anos, “não condizem com as incertezas” que essa mesmaeconomia vive.Para Nelson Barbosa, “é importante deixar claro que há uma tentativa de terrorismofiscal para provocar uma subida das taxas de juros de longo prazo,por parte de alguns analistas. Mas essa não é a posição do Ministérioda Fazenda, nem do Banco Central”. “Arealidade vai se impor, tal qual aconteceu no final do ano passado,quando poucas pessoas apostavam que a taxa básica de juros (Selic)poderia descer a um patamar abaixo de 10% no Brasil, e hoje ela está em 8,75% ao ano. O mercado também erra", observou.Osecretário registrou que a inflação medida pelo Índice de Preços aoConsumidor Amplo (IPCA) está abaixo do centro da meta de 4,5%, nesteano e no próximo, e ressaltou que “a política fiscal do governo éconsistente com a meta de inflação e com o potencial de crescimentosustentado da economia interna”.Ele lembrou também que o governotrabalha com a meta, neste ano, de superavit primário - economia parao pagamento dos juros da dívida - de 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Para 2010, a meta sobe para 3,3%do PIB, podendo abater 0,65% do PIB por conta das obras do Programa deAceleração do Crescimento (PAC), além de eventual uso do Fundo Soberanodo Brasil.Nelson Barbosa reconheceu que o governo teve aumento de gastospúblicos com pessoal, mas sustentou que são gastos temporários. “Tivemos aumento de gastos com pessoal, que serefletem na política do governo, de recomposição das carreiras típicasde Estado e na contratação de servidores efetivos para substituirfuncionários terceirizados. E, uma vez completada essa substituição, ogasto com pessoal passa a crescer mais moderadamente”, explicou.O secretário lembrou que existe no CongressoNacional um projeto de lei do Executivo que estabelece um teto paracrescimento da folha de pagamento, que prevê, inicialmente, correçõespela inflação mais 2,5%. “Na medida em que aeconomia volte a crescer, em um patamar de 5% no ano que vem e nos anosseguintes, a absorção desse gasto acontecerá gradualmente, aliviando oorçamento público”, concluiu.