Rio Grande do Sul ainda não contabiliza perdas na cultura do trigo

01/10/2009 - 1h18

Da Agência Brasil

Brasília - O Rio Grande do Sul se prepara para colher em novembropróximo uma safra de 1,7 milhão de toneladas de trigo, principal cultura deinverno do estado, apesar do excesso de chuvas que atingiu a Região Sul nosúltimos meses.

A estimativa foi feita pela Empresa de Assistência Técnica e ExtensãoRural, (Emater), com base na média de produtividade do cereal nos últimos cincoanos.

Ataídes Jacobsen, assistente técnico da Emater no estado, afirmou que atéo momento não há estimativa da redução do percentual de produção nos trigaisgaúchos, a exemplo do que vem ocorrendo no Paraná. “O último relatório doDepartamento de Economia Rural indica quebra expressiva de 3,5 milhões detoneladas do cereal para 2,77 milhões de toneladas, ou seja, mais 20% da safraagrícola do grão, em função das adversidades climáticas”, destacou.

De acordo com Jacobsen, o que tem colaborado com o trigo gaúcho é asequência de temperaturas baixas mesmo no início da primavera, uma vez que ofrio impede a multiplicação de doenças fúngicas. "A manutenção de temperaturasbaixas nas regiões onde estão os campos de trigo inibe a explosão de moléstiasnessa cultura. A área plantada no estado atinge 800 mil hectares, incluindo,entre outros municípios,  Ijuí, PassoFundo,  São Borja, Vacaria, Erechim e SantaRosa”, acrescentou.

Ele disse, no entanto, que se continuar chovendo este mês, aqualidade do grão de trigo ficará prejudicada e não terá as característicasexigidas para atender à demanda da indústria panificadora nacional.

Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam queo Rio Grande do Sul é responsável por 30% da produção nacional de trigo,estimada em 5,8 milhões de toneladas anuais. Produtores gaúchos reclamam que asaca de 60 quilos do cereal está sendo comercializada atualmente a R$ 22,00,quando o preço ideal deveria ser R$ 31,00.

O superintendente deOperações da Conab, João Paulo Moraes Filho, informou que o governo federalautorizou recentemente, por meio de portaria interministerial, o repasse de R$450 milhões para financiar produtores e cooperativas de trigo, com o objetivo demelhorar os mecanismos de comercialização. Segundo ele, a ideia éassegurar o preço mínimo do produto e o escoamento da produção.