UNE quer que 50% dos recursos do Fundo Social sejam investidos em educação

29/09/2009 - 15h53

Daniel Lima e Yara Aquino
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - AUnião Nacional do Estudantes (UNE) lança no dia 13 de outubro umacampanha para reivindicar a aplicação de 50% dos recursos do FundoSocial, financiado com lucros da exploração do pré-sal, emeducação. Segundo o presidente da UNE, Augusto Chagas, o objetivo éaumentar os investimentos na área.“Existemmais de 14 milhões de analfabetos [nopaís],a média de escolarização da nossa população é de sete anos, osprofissionais de educação são mal remunerados e a infraestruturadas escolas é muita precária.”ParaChagas, a educação no Brasil funciona como um “funil”, ou seja,apenas 13% dos jovens conseguem chegar ao ensino superior. “Não hápolítica mais efetiva para construir justiça social do que aeducação. Por isso estamos lançando a campanha, porquequeremos que [a destinação de 50% dos recursos do Fundo Social paraa educação] seja regulamentada em lei, para que esse recurso sejacolocado numa nova agenda educacional para o país”, afirmou. EmBrasília, a UNE pretende fazer uma blitz no CongressoNacional para apresentar a proposta aos presidentes do Senado, JoséSarney (PMDB-AP), e da Câmara, Michel Temer (PT-SP), aos deputadosque integram as quatro comissões especiais criadas para analisar osprojetos do pré-sal e a outros parlamentares. Também estáprogramada uma passeata com estudantes de todo o Distrito Federal.“Apartir dessa agenda de lançamento, pretendemos realizar nos estados,nas principais universidades, debates com intelectuais, artistas quepossam se contagiar com essa pauta pública positiva de interesse dasociedade. Então, nós estamos muito otimistas com a possibilidadedessa conquista.”Naavaliação do presidente da UNE, o debate sobre o pré-sal precisaser feito com toda a sociedade. “Achamos que é uma questão deinteresse público, do conjunto da população, e um debatefundamental na nossa opinião é a que toda essa riqueza do pré-salestá a serviço: colocar o Brasil para se desenvolver, se vaiconstruir uma agenda de desenvolvimento econômica e também socialde distribuição de renda”, disse.ParaChagas, é importante que a fase do pré-sal não seja mais um cicloeconômico no país, que fica registrado nos livros de história, masnão se traduz “em uma sociedade desenvolvida e justa”.