Senadores vão discutir posicionamento brasileiro sobre situação em Honduras

29/09/2009 - 14h48

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A reuniãoextraordinária da Comissão de RelaçõesExteriores (CRE) do Senado, às 15 horas, corre o risco devirar um embate político entre senadores . De um lado estãoos que defendem a política adotada pelo governo brasileiro deproteção ao presidente deposto por golpe militar emHonduras, Manuel Zelaya, e de outro os que criticam a forma como temocorrido esta proteção na embaixada. O chanceler brasileiro, CelsoAmorim, confirmou participação na reunião paraprestar esclarecimentos sobre o caso.Asdeclarações do presidente do Senado, José Sarney(PMDB-AP), ontem (28), de que Zelaya estaria usando as dependênciasda embaixada como “escritório político”repercutiram entre os parlamentares. O presidente da comissão,Eduardo Azeredo (PSDB-MG), disse que “o Brasil perdeu a razãoquando permitiu o uso político da embaixada”. Por outrolado, ponderou que não há como o governo brasileiro darapoio ao governo estabelecido pelos militares, com Roberto Michelettino poder, uma vez que têm adotado políticas cada vezmais autoritárias.Jáo líder da base do governo e do PT, Aloizio Mercadante (SP),afirmou que o governo brasileiro adotou uma postura clara de defendera preservação do Estado Democrático de Direito.“Nós não escolhemos que o Zelaya viesse para aembaixada, mas escolhemos princípios e valores dos quais nãovamos arredar pé. Não queremos que ele use a embaixadacomo um comitê político, isso é indevido.”Mercadanteressaltou que o governo Micheletti está cada vez mais isoladoda comunidade internacional, quando recrudesce as medidas de forçaprincipalmente com a decretação do estado de sítioe consequentes invasões de veículos de comunicaçãoe prisões indiscriminadas. “Se depender de nosso esforço[senadores que defendem a política do governo brasileiro]vão ficar mais isolados porque eu vou insistir muito hoje emaprovar [no plenário] a declaração que jáaprovei na comissão para que seja concluído no Senado”.Adeclaração à que Mercadante faz referênciatrata-se da moção de repúdio aprovada pelaCâmara do cerco determinado por Micheletti à embaixadabrasileira. De acordo com o senador Eduardo Azeredo, dificilmente oplenário aprovará a moção na sessãode hoje. Ele afirmou que conversou com o senador HeráclitoFortes (DEM-PI) que pediu para que a votação fosseadiada porque considera que, nesta moção, háreferências de apoio a Manuel Zelaya com as quais nãoconcordaria.