Escolha de comissão para analisar mudanças no Código Florestal acaba em bate-boca

29/09/2009 - 19h30

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Durou menos de uma horae terminou com agressões verbais entre os participantes a reunião para eleger a comissão especial na Câmara dos Deputados para analisar osprojetos de lei sobre mudanças no Código Florestal. Depoisde lideranças do PV, P-SOL, PT e PCdoB reclamarem que não foramouvidos na formação da chapa que presidiria a nova comissão, amaioria dos deputados se posicionou a favor de suspender a votação para a escolha dos integrantes da comissão.O bate-boca começouquando o presidente da sessão, deputado Valdir Colatto (PMDB-SC), encerrou a reuniãosem deixar que o líder do P-SOL, Ivan Valente (SP), que já tinhapedido a palavra, falasse. De acordo com um assessor parlamentar daCâmara dos Deputados, Collato deveria ter assegurado opronunciamento, já que Valente é líder de partido.“Querem transformarisso numa fazenda”, gritou Valente, exigindo desculpas dopresidente da sessão. “Se quer falar, venha aqui amanhã e fale”,retrucou Colatto, que marcou para às 9h de amanhã (30) nova sessão para continuar com a escolha dos integrantes da comissão especial. O horário aindadepende de acordo em reunião que está sendo realizada. O deputado JoséGenoíno (PT-SP) era um dos mais exaltados ao fim da sessão. “Isso aquinão é criar boi, não. Se um líder pede para falar, ninguém podeinterromper a sessão”, esbravejou, enquanto o deputadoLuis Carlos Heinze (PP-RS) também gritava, chamando Genoíno de “sem-vergonha”. A chapa apresentadahoje é composta pelos deputados Moacir Micheletto (PMDB-PR), parapresidente, Homero Pereira (PR-MT), para relator, Giovani Queiroz(PDT-PA), primeiro vice-presidente, Sarney Filho (PV-MA), segundovice-presidente, e Luis Carlos Heinze, terceiro vice-presidente. A chapa,segundo Colatto, teria sido formada a partir de um acordo entre ospartidos que compõem a Comissão de Agricultura, com o aval dopresidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP).“Sou líder dopartido, não indiquei ninguém e quero deixar claro que nãoparticipei desse acordo”, afirmou o líder Edson Duarte (PV-BA).“Eu retiro o nome do deputado Sarney Filho. Às vésperas daConferência de Copenhague, o Brasil está indo na contramão dahistória. O Código Florestal precisa de mudanças, mas não podemoscomeçar esse processo desta forma, 'tratorando'”, afirmou. Segundo Duarte, aofalar pelo telefone com o deputado Sarney Filho,que está fora de Brasília, ele disse não tinha pedido e nem sabiada indicação de seu nome para compor a chapa que integrará a comissãoespecial. Um dos principais objetivos do colegiado é unificar todasas proposições que tratam das mudanças no Código Florestal em umúnico projeto de lei.