Crise internacional não afetará expansão do setor elétrico brasileiro

29/09/2009 - 18h07

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A 3ª Sondagem sobreTendências do Setor Elétrico indica uma visão muito positiva domercado em relação ao setor elétrico nacional. Do total de 13associações entrevistadas pelo Grupo de Estudos do Setor Elétricoda Universidade Federal do Rio de Janeiro (Gesel/UFRJ), 77%afirmaram  que serão brandos os impactos do cenáriomacroeconômico gerado pela crise internacional para o setor elétricoem 2010. Nenhuma associação estimou que o efeito será muitonegativo.O estudo foi divulgadohoje (29) pelo Gesel no 6º Encontro Nacional de Agentes do SetorElétrico (Enase 2009). O objetivo é analisar a posição e asperspectivas das principais associações representativas do setorelétrico sobre a conjuntura atual e as expectativas do mercado deenergia elétrica. “A sondagem é um importante instrumento deanálise e de política setorial para os agentes, para o governo e asinstituições ligadas ao setor”, disse o coordenador do Gesel,professor Nivalde José de Castro.A maioria dosconsultados (62%) espera que nos próximos quatro anos a conjunturamacroeconômica tenha impacto positivo no faturamento dos agentes.Para os 38% restantes, o efeito deverá ser regular. Para o período2010/2013, 70% das associações apostam que o faturamento cresçaacima da inflação. “Vão ter um faturamento real, o que é umsinal de estabilidade e crescimento positivo para o setor elétrico”,disse Castro. Somente 7% esperam faturar abaixo da inflação.Quanto aosinvestimentos, 39% dos consultados esperam que sejam superiores aoque ocorreu no passado e 23% que sejam iguais. Castro explicou que os38% que acham que os investimentos ficarão abaixo da média estãoinfluenciados pelas geradoras termelétricas, diante da perspectivade que não seja necessário acioná-las, com a situação dereservatórios com sua capacidade cheia.Para 92% das entidadespesquisadas, a bioeletricidade tem papel estratégico no setorelétrico no que se refere à mitigação de risco hidrológico e àmelhoria da matriz. Embora a crise internacional tenha prejudicado aprodução de cana e de açúcar, 85% dos agentes acreditam que elanão contribuirá para inviabilizar as perspectivas de longo prazo dosetor sucroenergético para a bioeletricidade. Segundo Nivalde deCastro, a crise internacional não vai prejudicar o desenvolvimentoda bioeletricidade no Brasil. “Isso mostra que a bioeletricidade éum bom negócio para o setor sucroenergético”. Na questão dastarifas, 62% das associações consultadas consideram assimetriatarifária relevante na agenda do setor elétrico e acham que mereceser debatida.Participaram dasondagem as geradoras de energia elétrica, distribuidoras,transmissoras, comercializadoras, grandes consumidores, setor eólico,cogeradoras e produtores de equipamentos.