BNDES é apontado como o principal financiador do setor elétrico no país

29/09/2009 - 18h17

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Mais de 54% das 13 associações representativas dos agentes do setor elétrico brasileiro consideram que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem capacidade de atender às demandas de financiamento do setor.O dado consta da 3ª  Sondagem sobre Tendências do Setor Elétrico, divulgada hoje (29) pelo Grupo de Estudos do Setor Elétrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Gesel/UFRJ), no 6º Encontro  Nacional de Agentes do Setor Elétrico (Enase 2009).A pesquisa comprova que o banco é visto como o principal responsável pelo financiamento do setor elétrico no país. Por ser um setor de capital intensivo, necessita muito de investimento, conforme destaca o coordenador do Gesel, Nivalde de Castro. Outros 30% consideram que o volume de investimento excederá a capacidade de financiamento do BNDES, enquanto 15% acreditam que a disponibilidade de crédito poderá ser uma ameaça para a expansão do setor.Quando perguntadas sobre o mercado de capitais, 85% das associações responderam que os debêntures (títulos de dívida de médio e longo prazos) e as notas promissórias podem desempenhar um papel maior no financiamento. “Isso está indicando que os agentes têm a clara percepção de que o setor tem o marco regulatório institucional muito sólido, que permite obter financiamento no mercado de capitais”, disse Castro. Apenas 7% disseram que não veem em debêntures e notas como formas importantes de financiamento do setor.Sobre o mercado acionário de forma específica, 70% creem que terá papel relevante no financiamento do setor elétrico. Os economistas do Gesel avaliaram que, na percepção dos agentes, as empresas pretendem lançar ações no mercado e vão recorrer às debêntures para financiar suas atividades. “É sinal de que as coisas, nesse setor, estão dando certo”, analisou o coordenador.Para o período compreendido de 2010 a 2013, o custo do financiamento será menor para 47% dos entrevistados, igual para 23% deles e maior para outros 23%. De acordo com Castro, esse é um sinal positivo para o setor. “A gente pode concluir que os agentes têm a clara percepção de que o financiamento não vai ser problema para a expansão do setor elétrico. Porque eles vão ter condições de se financiar, vão poder ter  o BNDES, vão poder recorrer ao mercado de capitais e de ações via debêntures, etc. E o custo do financiamento vai ser igual ou, principalmente, menor do que foi no passado.”A atuação do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, foi elogiada pela maioria dos consultados. Para 54%, o ministério teve uma postura mais ágil e flexível com relação ao licenciamento ambiental para os projetos do setor elétrico entre 2008 e 2009. “Estão reconhecendo que o Minc está fazendo um trabalho positivo”, disse Castro.