Mantega e Meirelles vão representar o Brasil em reunião do FMI e do Bird na Turquia

28/09/2009 - 12h29

Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Oministro da Fazenda, Guido Mantega, embarca amanhã (29) paraIstambul, na Turquia, onde será realizada a próxima reunião doFundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (Bird), emmeio às discussões sobre a maior participação dos paísesemergentes nas decisões dos dois organismos multilaterais. Antes de desembarcar na Turquia, ele faz escala em Roma. Além deMantega, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, estaráno encontro como representante do Brasil. Os encontros anuais do FMI e do Banco Mundial reúnem, segundo materialde divulgação do evento, presidentes de bancos centrais,ministros das áreas de finanças e desenvolvimento, executivos dosetor privado e acadêmicos para “discutir questões de interesseglobal, incluindo a visão de mundo econômico, a erradicação dapobreza, o desenvolvimento econômico e a eficácia desse tipo deajuda”. A reunião na Turquia, conhecida como Encontro de Outono,será a primeira nesse formato realizada pelo dois organismosmultilaterais desde que o mundo começou a dar sinais concretos deque o pior da crise econômica mundial já passou.Aindasobre os efeitos da maior crise econômica da história recente, areformulação dos dois organismos multilaterais tem sido defendidapor vários países, incluindo o Brasil. Para o presidente LuizInácio Lula da Silva, é preciso uma maior participação dos paísesemergentes nas decisões do FMI e do Bird.“Os paísespobres e em desenvolvimento têm de aumentar a participação nadireção do FMI e do Banco Mundial. Sem isso, não haverá efetivamudança e os riscos de novas e maiores crises serão inevitáveis”,disse durante a abertura da 64ª Assembleia Geral da Organizaçãodas Nações Unidas (ONU), em Nova York, na semana passada. Luladisse ainda, durante a sessão, que mesmo passados 12 meses dadeflagração da crise financeira internacional, a maioria dosproblemas de fundo não foi enfrentada.Apósa Assembleia Geral da ONU, Lula participou da reunião do G20Financeiro, também realizada nos Estados Unidos. No encontro, obloco conhecido como Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), quereivindicava um aumento da representação no FMI de 7%, ficou com 5%.O G20 Financeiro é composto pelos ministros da áreaeconômica e presidentes de bancos centrais de 19 países: África doSul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil,Canadá, China, Coreia do Sul, França, Índia, Indonésia, Itália,Japão, México, Rússia, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos. Ooutro componente é a União Europeia, representada no grupo pelapresidência rotativa do Conselho da União Europeia e pelo BancoCentral europeu.Diante do FMI, o Brasil atualmente é vistocomo um possível credor e não mais como devedor. Em abril desteano, o fundo convidou o Brasil a fazer parte dos países credores daorganização multilateral e o governo brasileiro aceitou a proposta.Segundo Mantega, durante reunião do G20, em Londres, naquele mês,ficou combinado que os países “mais fortes, os que têm recursosdisponíveis” dariam aportes de forma que o fundo obtivesse maisUS$ 500 bilhões para poder ajudar os países em dificuldade.Doismeses depois do convite, o ministro anunciou que o Brasildisponibilizaria US$ 10 bilhões ao FMI. Se o fundo recorrer aoempréstimo, será a primeira vez que isso ocorrerá. A operaçãoseria feita por meio da aquisição de bônus do FMI expressos emDireito Especial de Saque (DES), uma espécie de moeda do fundo.