Agricultores devem concentrar compras de fertilizantes no segundo semestre

28/09/2009 - 19h57

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Ao contrário do anopassado, quando os produtores rurais anteciparam ascompras de fertilizantes, em 2009 as vendas devem se concentrar nosegundo semestre. De acordo com a estimativa da Câmara Temática deInsumos, que se reuniu hoje (28) no Ministério daAgricultura, as entregas de fertilizantes aos agricultores, dejaneiro a agosto deste ano, devem ficar em torno de 13,4 milhões detoneladas, o que representa uma queda de 15% em relação às 16milhões de toneladas do mesmo período do ano passado.“O que se espera éque no segundo semestre haja uma compensação e até o fim do ano sefeche as compras por volta de 22,4 milhões de toneladas, como foi noano passado”, afirmou o presidente da Câmara Temática de Insumos,Cristiano Walter Simon. Segundo ele, paraentender a mudança de comportamento dos produtores, é precisocompreender que a crise financeira mundial trouxe consequências para o setoragropecuário brasileiro, baseado na exportação. “Na medida emque o produtor não sabe qual é a demanda pelo que produz, ele nãofaz investimentos”. Outra explicação seria a expectativa dosprodutores em relação aos preços dos insumos, em trajetória de queda. Na comparação com julho do ano passado, por exemplo, os fertilizantesapresentaram uma desvalorização de 36% no mesmo mês de 2009. Em relação àsimportações, as estimativas apontam para uma queda de 49% nacomparação entre os primeiros oito meses de 2008 (12,3 milhões detoneladas) e deste ano (6,2 milhões de toneladas). A produçãointerna também deve cair de 5,6 milhões de toneladas, no mesmoperíodo do ano passado, para 4,5 milhões de toneladas neste ano.As comercializaçõesde defensivos se mantém estáveis, considerando os meses de janeiroa agosto. Enquanto no mesmo período do ano passado foram negociados R$6,6 bilhões, e em 2009 R$ 6,5 bilhões. Uma projeção para oano inteiro foi feita para o calcário, que deve ter sua produçãonacional reduzida de 24,8 milhões de toneladas no ano passado para19,3 milhões de toneladas este ano, caindo 22%. Segundo Simon, esta época do ano é o momento dos produtores tomarem a decisão sobre seus investimentos, quando a maioria das lavouras começa a ser plantada.