Campanhas aumentam número de transplantes no Brasil, diz conselheiro de associação

27/09/2009 - 14h34

Marcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O conselheiro daAssociação Brasileira de Transplante de Órgãos(ABTO), José Medina Pestana, reconhece que o crescimento dostransplantes de órgãos no país éresultado das campanhas que vem sendo feitas pelo Ministérioda Saúde, em parceria com o Conselho Regional de Medicina, aAssociação Brasileira de Transplantes e a SociedadeBrasileira de Mastologia. Segundo dados do Ministério daSaúde, os transplantes de órgãos cresceram 24%no primeiro semestre deste ano.O médico no entantoressalta que acontecimentos que despertam interesse da populaçãotambém são importantes para esse crescimento. “Sãoiniciativas importantes [as campanhas], mas o que desencadeouuma maior conscientização popular foi a tragédiaque ocorreu em outubro do ano passado, em Santo André, no ABCPaulista, quando a adolescente Eloá Cristina Pimentel, depoisde permanecer refém do namorado, na própria casa,acabou assassinada e a família decidiu pela doaçãodos órgãos dela”, disse o médico. Para Medina, aquelecaso dramático mostrado na televisão a semana inteira,seguido de explicações de como se pode ser um doadorquando se tem diagnóstico de morte encefálica, foiextremamente pedagógico. Ele esclareceu que depois dadivulgação houve um aumento, em média, de 60% donúmero de doações. “A repetiçãodaquelas informações tiveram um caráterpedagógico excepcional” , enfatizou.Medina reconheceque atualmente a principal dificuldade no crescimento do númerode transplantes está associada à notificaçãodos potenciais doadores. “Quando tem um doador, que está numhospital, um médico precisa fazer o diagnóstico demorte cerebral e avisar imediatamente às centrais de captaçãode órgãos, mas nem sempre isso acontece”, explicou. O representante daABTO disse que quase todos os doadores de órgãos etecidos tem morte precoce. “O que está sendo verificado nospaíses do primeiro mundo, vem também ocorrendo noBrasil, ou seja, a redução no número de mortesem função do desenvolvimento, o que resultaconsequentemente no aumento da fila de transplantes. As açõestem sido tomadas, as adesões estão de acordo com oesperado por um programa com alta efetividade, como é obrasileiro”, disse.