Usuários dos serviços de saúde mental fazem marcha por melhor atendimento

26/09/2009 - 1h20

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Na busca por melhores condições de atendimento e de reinserção social, pessoas com distúrbios mentais de diversos estados vem a Brasília no próximo dia 30, quarta-feira, para a Marcha dos Usuários pela Reforma Psiquiátrica Antimanicomial. A previsão é de que cerca de 1.800 participantes da marcha vão defender as conquistas e avanços da reforma psiquiátrica e pedir a efetiva aplicação da Lei da Reforma Pisquiátrica, sancionada em 2001, que determina, por exemplo, que todo tratamento psiquiátrico visará à reinserção social do paciente, a garantia de serviços médicos também de assistência social, ocupacional e psicológica e de tratamento com humanidade e respeito. Outro ponto a ser reivindicado é a efetiva implantação do Programa de Volta para Casa, criado em 2003 pelo Ministério da Saúde, que visa a reintegrar socialmente pessoas com transtornos mentais que passaram por longas internações e auxílio financeiro. Dados do Ministério da Saúde contabilizam 3.346 pessoas atendidas pelo programa em junho deste ano. Na programação da marcha está prevista uma audiência pública na Câmara dos Deputados e há confirmação do Ministério da Saúde de que uma comissão será recebida para discutir os temas de interesse dos participantes. A comissão deverá pedir ao governo a realização da 4ª Conferência Nacional de Saúde Mental, já que a última edição ocorreu em 2001. A intenção é que com a conferência sejam discutidos com ampla participação nacional os passos necessários para que se avance na Reforma Psiquiátrica Antimanicomial.A marcha terá também programação cultural com apresentação de bandas formadas por pessoas com transtornos mentais. O evento é organizado pela Rede Nacional de Internúcleos da Luta Antimanicomial  (Renila), com apoio do Conselho Federal de Psicologia. Estimativas do Ministério da Saúde apontam que 3% da população brasileira sofrem com transtornos mentais severos e persistentes, 6% têm transtornos psiquiátricos graves decorrentes do uso de álcool e outras drogas e 12% da população necessita de alguma atendimento de saúde mental, seja ele contínuo ou eventual.