Faturamento da indústria de máquinas e equipamentos cresce 17,7% em agosto

24/09/2009 - 18h32

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O faturamento nominal da indústria de máquinas e equipamentos cresceu 17,7% em agosto deste ano em comparação ao mês anterior. Segundo balanço apresentado hoje (24) pela  Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), o faturamento nominal do setor foi de R$ 6,04 bilhões em agosto, em São Paulo. Quando comparado a agosto de 2008, o faturamento nominal apresentou queda de 11,3%.Entre janeiro e agosto deste ano, o faturamento nominal do setor foi de R$ 40,45 bilhões, com queda de 19% na comparação ao mesmo período do ano passado. Descontada a inflação, a queda real foi de 22,4%. Com relação aos empregos, o mês de agosto apresentou a primeira sequencia positiva desde outubro do ano passado, registrando um crescimento de 0,4%, o que representou 856 mais postos de trabalho no setor. A grande reclamação da indústria de máquinas e equipamentos continua sendo o câmbio. Segundo Carlos Pastoriza, diretor secretário da Abimaq, a situação atual do câmbio pode criar o risco do aumento de desindustrialização do país. “A solução para isso seria continuar forçando a baixa acelerada da Selic”, afirmou Pastoriza.Já as perspectivas positivas para o setor, segundo Pastoriza, estão relacionadas  à Copa do Mundo de 2014 (que será realizada no Brasil), à Olimpíada Mundial Militar (que será realizada em 2011),  à linha de financiamento que foi oferecida recentemente ao setor pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a aquisição de máquinas e equipamentos e também ao pré-sal. “São marcos importantes que vão ocorrer nos próximos anos no Brasil e que dão condições interessantes, se tomadas as medidas corretivas, de provocar um grande desenvolvimento no país”, disse.Sobre o pré-sal, a Abimaq encaminhou ao Congresso Nacional duas emendas ao projeto, que precisam ainda ser aprovadas. A primeira delas propõe que o bônus de restituição da operadora, ganhadora da licitação para exploração de uma determinada área do pré-sal, seja aumentado em 30% quando esta tiver investido ou feito uso de produtos ou serviços nacionais.“Exemplo: a operadora achou petróleo e tinha investido R$ 1 bilhão na plataforma. E digamos que 50% dessa plataforma, incluindo serviços e tudo, foi adquirida no Brasil. Pela nossa proposta, ela [operadora] receberia R$ 500 milhões do que ela importou de fora e mais R$ 500 milhões do que ela comprou no Brasil, acrescido de 30%”, explicou Pastoriza. O objetivo, segundo ele, é direcionar os investimentos com o pré-sal “o máximo possível” para o mercado interno.A segunda emenda propõe a necessidade de um programa especial de apoio à inovação e desenvolvimento tecnológico do parque brasileiro, a criação de linhas especiais de investimento e também um regime tributário especial que preveja desoneração total dos investimentos relacionados ao pré-sal.