MPF discorda de tese da defesa que pretende mudar a vara criminal que julga a Satiagraha

23/09/2009 - 18h07

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo não concorda com o pedido feito pelos advogados de defesa do presidente do banco Opportunity, Dório Ferman, de transferir o processo da Operação Satiagraha, atualmente na 6ª Vara Criminal Federal, para a 2ª Vara. O processo apura a evasão de divisas e lavagem de dinheiro que teriam sido praticados pelo Grupo Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas.Para Ferman, o processo deveria tramitar na 2ª Vara, por causa da sua relação com o suposto esquema de repasse de dinheiro para parlamentares votarem a favor de projetos de interesse do governo federal, que ficou conhecido como mensalão. O pedido de Ferman foi aceito pela juíza Silvia Maria Rocha, da 2ª Vara, sob argumentação de que a peça acusatória da Satiagraha faz menção ao mensalão, daí sua competência pertencer à 2ª Vara.Por meio de nota, o Ministério Público disse não concordar com a tese da defesa, afirmando que “os fatos e as pessoas investigadas são diversos” e que o banqueiro Daniel Dantas e outros acusados na Operação Satiagraha não são investigados no processo do mensalão que tramita na 2ª Vara. Em julho deste ano, Dório Ferman, e mais o banqueiro Daniel Dantas e a irmã, Verônica Dantas, viraram réus após o juiz Fausto De Sanctis ter aceitado uma nova denúncia feita pelo Ministério Público Federal em São Paulo. Uma das suspeitas do Ministério Público é de que o Grupo Opportunity, quando estava no comando da Brasil Telecom, teria abastecido o chamado “valerioduto”, como ficou popularmente conhecido o suposto esquema comandado pelo publicitário Marcos Valério, que repassaria dinheiro para determinados parlamentares votarem a favor de projetos de interesse do governo federal. Marcos Valério é um dos réus do processo do mensalão, que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).