Lula defende fortalecimento da ONU e reformulação do FMI

23/09/2009 - 14h02

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Com um discurso baseadona crise financeira mundial, na necessidade de reformularinstituições como o Fundo MonetárioInternacional (FMI) e construir uma nova ordem internacional e nasmudanças climáticas, o presidente Luiz InácioLula da Silva abriu hoje (23) a Assembleia Geral daOrganização das Nações Unidas (ONU), emNova York.Lula disse que éimprescindível refundar a economia mundial e defendeu areforma dos organismos financeiros. “Os países pobres e emdesenvolvimento têm de aumentar a participação nadireção do FMI e do Banco Mundial. Sem isso, nãohaverá efetiva mudança e os riscos de novas e maiorescrises serão inevitáveis.”Ele disse ainda quemesmo passados 12 meses da deflagração da crisefinanceira internacional, a maioria dos problemas de fundo nãoforam enfrentados. “Há enormes resistências em adotarmecanismos efetivos de regulação dos mercadosfinanceiros”. E acrescentou que também há recaídasprotencionistas e que pouco se avançou no combate aos paraísosficais. Ele ressaltou que o Brasil foi o primeiro país a sair da crise. A necessidade dereforma do Conselho de Segurança da ONU com a inclusãode novos membros, também foi colocada pelo presidente Lula.“Não é possível que as NaçõesUnidas e seu Conselho de Segurança sejam regidos pelos mesmosparâmetros que se seguiram à Segunda Guerra Mundial”.O Brasil defende a reforma do conselho e pleiteia uma vaga.Lula defendeu uma ONUfortalecida para enfrentar conflitos como os do Oriente Médio,entre palestinos e israelenses, que dê ajuda efetiva ao Haiti eque se comprometa com o renascimento africano.Sem citar os EstadosUnidos, o presidente Lula disse que sem vontade políticapersistirão “anacronismos” como o embargo econômicoCuba. Ele também repudiou a deposição dopresidente de Honduras, Manuel Zelaya, e pediu a volta do hondurenhoao poder.Sobre meio ambiente,Lula fez críticas à resistência dos paísesdesenvolvidos em assumir suas responsabilidade para reduzir asmudanças climáticas. “Eles não podem lançarsob os ombros dos países pobres e em desenvolvimentoresponsabilidades que lhe são exclusivas”. Ele cobrou queseja exigido dos países desenvolvidos metas de reduçãode emissões de gases poluentes mais expressiva do que asatuais.Segundo Lula, o Brasiltem cumprido seu papel na área ambiental e exemplificou que em2009 o país registra o menor índice de desmatamento dosúltimos 20 anos e que o Brasil tem uma das matrizesenergéticas mais limpas do planeta. Também falou sobrea produção do etanol, afirmando que a plantaçãode cana-de-açúcar não ocupa mais do que 2% daterras agricultáveis e não afeta a segurançaalimentar e o equilíbrio ambiental brasileiro.O pré-sal foilembrado por Lula. Ele disse que o Brasil será lançadoa “vanguarda da produção de combustíveisfósseis”, mas que não renunciará a agendaambiental e buscará se consolidar-se como “potênciamundial da energia verde”.Tradicionalmente cabeao presidente brasileiro discursar na abertura da Assembleia Geralda ONU que reúne chefes de estado de 192 países. Opresidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que participa pelaprimeira vez da reunião da ONU, discursou logo apósLula.