Brasil está em posição privilegiada para retomar rota de crescimento, segundo Pochmann

23/09/2009 - 19h16

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Brasilestá diante de uma situação inédita,apropriada à retomada do processo de crescimento que foiparalisado com a crise financeira mundial, no ano passado, segundoafirmou hoje (23) o presidente do Instituto de Pesquisa EconômicaAplicada (Ipea), Marcio Pochmann, em depoimento na ComissãoParlamentar de Inquérito (CPI) da Dívida Pública,na Câmara dos Deputados.Pochmann fez uma amplaexplanação sobre a financeirização dasriquezas do país, com o enfoque histórico desde osciclos da cana-de-açúcar, mineração e docafé até a industrialização, quando oBrasil teve as mais altas taxas de crescimento. Passado esse período,a economia brasileira entrou em declínio e só maisrecentemente começou a se recuperar, de acordo com ele.Tantoque, “quando veio a crise, estávamos na melhor posiçãode solvência dos últimos anos”, disse Pochmann, queatribuiu a boa situação econômica do país,no período pré-crise, ao ajuste fiscal que permitiu aredução da relação entre dívidalíquida do setor público e Produto Interno Bruto (PIB –soma das riquezas produzidas no país) ao patamar de 37,7%. Ouseja: em agosto de 2008 o Brasil devia quase 38% de tudo queproduzia.Agora, com os indicadores de produçãodando sinais de gradativa recuperação da economiabrasileira, depois de dois trimestres seguidos de contração,o presidente do Ipea acredita que “abre-se a perspectiva inéditade redução da dívida pública”. Emespecial, por causa da "mudança adequada de gestãoda dívida" e da retomada de crescimento sustentável,a partir do ano que vem.Essa também é aexpectativa do economista Raul Veloso, o outro depoente de hoje naCPI da Dívida Pública. Ele afirmou que asconcessões fiscais, feitas pelo governo federal no decorrer dacrise, elevaram a relação dívida-PIB atual para44,1%, mas acha que “a recuperação econômica em2010 vai nos colocar de volta à rota da reduçãodívida-PIB”.Antes da audiência pública,os parlamentares da CPI da Dívida Pública aprovaram umrequerimento que convida o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e opresidente do Banco Central, Henrique Meirelles, para falarem sobreas consequências das políticas monetária ecambial na formação da dívida e o pagamento dosjuros, amortização e impacto da dívida naspolíticas sociais.