Astronautas da Nasa conversam com estudantes de Paraty

23/09/2009 - 7h06

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio Janeiro - Um bate-papo ao vivo, por telefone, entre astronautas da Nasa (a agência espacial norte-americana), em órbita, e cerca de 60 estudantes marcaram, nessa terça-feira (22) o início das atividades educativas da Expedição Tocorimé – na Trilha de Darwin.Durante meia hora, dez alunos de Paraty, no sul fluminense, levantaram questões sobre meio ambiente e sobre a vida no espaço. As perguntas foram feitas em inglês e respondidas prontamente pelos astronautas, que já haviam recebido uma lista com elas. A atividade, destinada a estimular o ensino de ciência entre os jovens, integra o roteiro educativo da expedição do Tocorimé, que vai repetir o roteiro que o biólogo britânico Charles Darwin fez pela América do Sul há cerca de 180 anos. O barco vai partir em julho de 2010 de Fernando de Noronha (PE) com destino às Ilhas Galápagos, na altura do Equador.Para a estudante Sabrina de Araújo, 12 anos, autora de uma das questões, fazer perguntas aos astronautas foi uma experiência “incrível” e faz com que as crianças gostem mais de ciências. Aluna da rede pública, filha de um marceneiro e de uma doméstica, ela também cobra laboratórios e estruturas que auxiliem o aprendizado na área e “deixem as crianças mais inteiradas”“Eu não quero ser cientista. Quero ser advogada. Mesmo assim, sei que um laboratório na escola facilitaria o entendimento das crianças e a gente poderia aprender mais”, defendeu. Durante a viagem do Tocorimé pela América do Sul estão previstas atividades educativas nas paradas em 15 portos. Nesses momentos, o barco que abrigará pesquisas científicas com espécies marinhas ficará  aberto para exposição. Estarão disponíveis na embarcação dois laboratórios para identificação de DNA em frutas, jogos e filmes sobre a viagem e as descobertas de Darwin pelo mundo.O Instituto Sangari, uma organização não governamental, ficará responsável pelo projeto educativo e pela formação de professores e lideranças comunitárias, em cursos rápidos. “Precisamos de monitores no barco. Queremos trabalhar com estudantes locais, capacitando-os para que apresentem a mostra e tragam visitantes”, explicou a gerente de Relacionamento, Juliana Estefano.Também foram iniciadas as atividades científicas da expedição, nesta terça. Pesquisadores brasileiros e estrangeiros coletaram plânctons e identificaram o DNA de algumas espécies a bordo do veleiro. O trabalho encerrou a Conferência Internacional Darwin e a Aventura, com cerca de 20 cientistas, que buscava integrar pesquisas ao trajeto do Tocorimé.Uma das principais articuladoras do projeto, a bióloga do Museu de História Natural de Londres Karen James, destacou que no barco, o laboratório e o campo de pesquisa estão muito próximos, acelerando os resultados e orientando novos trabalhos.