Marina Silva diz que futuro presidente deve reconhecer avanços de FHC e Lula

21/09/2009 - 22h26

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A senadora Marina Silva (PV-AC) disse hoje (21) que o próximopresidente do Brasil deve reconhecer os avanços da gestãodo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do presidente LuizInácio Lula da Silva e que não necessariamente teráque romper com as conquistas dos últimos 16 anos. Marina elogiou os avanços nas áreas econômicase social dos governos do PSDB e do PT, respectivamente.

Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, Marina afirmouque as conquistas na área econômica, relacionadas àestabilização da moeda “deverão continuar”.Em relação às políticas sociais, asenadora disse acreditar na continuidade de programas detransferência de renda, mas com mudanças. “Nãoapenas a inclusão, mas a evolução, para que aspessoas não dependam para sempre do Bolsa Família. Temque haver um processo de libertação das pessoas dequalquer tipo de dependência em relação aoEstado”, disse.

Marina disse que ainda não é candidata pelo PV e evitoufalar diretamente sobre as possíveis propostas eleitorais. Aocomentar quais deverão ser as prioridades do próximogoverno, a senadora somou às tradicionais plataformas daeducação e saúde à necessidade de investimentosem desenvolvimento sustentável, pesquisa e produçãotecnológica. Perguntada sobre a exploração das reservas de petróleoe gás da camada do pré-sal, a senadora afirmou que “opetróleo é uma fonte de energia da qual infelizmente omundo ainda não conseguiu se livrar”, mas que pode serutilizado como vetor para uma economiamais sustentável. “É uma fonte de energia que precisaser utilizada para ser substituída. Tem que ser utilizadomuito mais para produzir conhecimento, para nos fazer transitar dessemodelo baseado em combustível fóssil”, afirmou.

Marina evitou comentar os projetos de regulamentação dopré-sal enviados recentemente ao Congresso e disse que “vaise debruçar” sobre as propostas com os colegas debancada.

A senadora reafirmou a sua posição contrária àenergia nuclear – que considera cara e insegura – defendeu ageração eólica, solar e hidráulica e sua gestão à frente do Ministério doMeio Ambiente, que chegou a ser apontada como entrave para aaprovação de novas usinas hidrelétricas.

“As pessoas não estavam acostumadas a cumprir os procedimentoscorretos. No caso das usinas do Madeira, por exemplo, se nãofossem as condicionalidades, o lago seria oito vezes maior”,disse.

O programa Roda Viva vai ao ar hoje (21) às 22h30 na TV Cultura e também é transmitido pela TV Brasil