Autonomia e trabalho em equipe são diferenciais de escolas-modelo de ensino médio

22/09/2009 - 17h23

Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Forte trabalho emequipe, otimização do tempo na escola, autonomia nagestão e foco em objetivos específicos. Essas sãocaracterísticas comuns encontradas em 35 colégiospúblicos de ensino médio considerados bons exemplos naqualidade do ensino. Os resultados preliminares de uma pesquisa queestá sendo realizada pelo Banco Interamericano deDesenvolvimento (BID) sobre as melhores práticas no ensinomédio foram apresentadas hoje (22) em um seminário emBrasília.Para a seleçãodas escolas foram levados em consideração doiscritérios: baixos índices de evasão e bonsníveis de aprendizagem. As unidades são de quatroestados: cinco delas no Acre, dez no Paraná, dez em São Paulo e dez no Ceará. “Nãonecessariamente são as escolas com os melhores resultados emavaliações, mas aquelas que tem maior impacto sobre aformação do aluno”, explicou AmauryGremaud, coordenador nacional da pesquisa, destacando que os nomes das instituições ainda não podem ser divulgados.O pesquisador destacaque nas escolas analisadas os professores tinham grandesexpectativas a respeito do futuro de seus alunos. Cerca de 60% dosdocentes e coordenadores acreditavam que mais de 70% dos jovens iriamcontinuar estudando após a conclusão do ensino médio.Segundo Gremaud, esse percentual é bem maior do que osverificados em outras pesquisas.Por outro lado, osalunos também confiam muito em seus professores: 95% avalia osdocentes como ótimos ou bons. “É um elevado grau deconfiança”, destaca Gremaud. Os jovens declararam durante aentrevista que a escola era “muito difícil” e exigiadedicação. Eles valorizavam o ensino oferecido e diziamgostar do local onde estudavam.Entre os colégiospesquisados, a maioria tinha muita clareza sobre quais eram “seusobjetivos” e para atingi-los contavam com um planejamentocompartilhado entre coordenadores, professores, funcionários ealunos. O forte trabalho em equipe, com oportunidade de diálogoe trocas profissionais, foi outro ponto em comum verificado pelapesquisa. Outro destaque é a autonomia: apesar de estareminseridas dentro de redes estaduais de ensino, as escolas tinhamprojetos pedagógicos próprios adaptando programas ediretrizes às demandas da realidade local.A forma como aspolíticas públicas se articulam dentro da escola tambémtem impacto na aprendizagem e no sucesso dos alunos. Gremaud destacou anecessidade de haver coerência entre a organizaçãocurricular, as avaliações, o material pedagógicoe a formação do professor. “Quando essas coisas nãoconversam entre si, as escolas apontam isso como uma dificuldade. Mas,quando se articulam, o resultado é extremamente positivo”,explicou.A pesquisa completaestá sendo finalizada e deve ser lançada em novembro. Oestudo foi encomendado ao BID pelo Ministério da Educação.