Ministério lança segunda fase de programa de conservação da Amazônia

21/09/2009 - 19h18

Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - O Ministério do Meio Ambiente lançou hoje (21), em  Curitiba, durante o 6º Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação (Cbuc), a segunda fase do Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa), considerado o maior programa de conservação do planeta. Nos próximos quatro anos o programa alcançará mais 20 milhões de hectares de áreas protegidas reforçando o trabalho já desenvolvido nesses locais. Segundo a secretária de Biodiversidade e Florestas, Maria Cecília Wey de Brito, é importante o conhecimento de que existenas unidades “um trabalho que nunca foi realizado em profundidade, o deanalisar espécies que se adaptaram há várias gerações e que poderão contribuir para a adaptação de novas espécies nas adversidades climáticas”.De acordo com a secretária, pessoas envolvidas com o tema ou que têm interesse na preservação da Amazônia e de outras áreas poderão participar até o dia 21 de outubro de uma consulta pública que será disponibilizada no site do ministério. O documento detalha o que foi realizado na primeira fase do programa e aceita sugestões para a nova fase. “Pretendemos criar mais áreas protegidas e transformar, regularizar as áreas já criadas. Aquelas que ainda não têm estrutura, não têm ainda definidos programas de fiscalização”.O Arpa foi criado em 2002. O ministério pretende alcançar as metas previstas para o Bioma Amazônia até 2016, quando estará concluída a terceira e última fase do projeto. Paraa secretária, a consolidação e a ampliação do sistema nacional dasunidades de conservação é uma das alternativas para atenuar os efeitosdas mudanças climáticas. “O Brasil tem hoje um conjunto de 1,6 milunidades criadas pelos governosfederal, estadual, municipal ou por proprietários privados. Ao definirmosuma área como protegida, a vegetação não poderá ser cortada, portantonão haverá a liberação do carbono para a atmosfera, um dos gases que causa o efeito estufa. A biodiversidade desta área será mantida, todos os tipos de vida serão mantidos”, afirmou. Outro tema debatido durante o evento foi a urgência de se criar estratégias de sustentabilidade financeira de longo prazo que contemplemo desenvolvimento das comunidades locais. As unidades devem cumprir seuprincipal papel que é aproximar a sociedade da natureza, afirmou Fábio França SilvaAraújo, do Departamento de Áreas Protegidas. Segundo ele, um percentualmuito pequeno do orçamento é destinado à manutenção do sistema. “Só osistema federal, composto por 304 unidades de conservação, tem umademanda de custo em torno de R$ 543 milhões e estão disponíveis R$ 310milhões do orçamento. Sem contaro deficit com gastos em infraestrutura e pessoal. Temos 1,5 milpessoas cuidando dessas áreas quando necessitaríamos algo em torno de 7mil funcionários.”

Quando for concluída essa segunda fase, todo o projeto serárevisto para uma participação mais efetiva dos governos estaduais emunicípios. "A responsabilidade em aumentar a quantidade de áreasde reserva ambiental, de áreas protegidas não pode ser apenas umapreocupação do governo federal”, disse a secretária Maria Cecília Wey de Brito.