Brasil deve se unir à Argentina na área de petróleo e gás, diz Miguel Jorge

21/09/2009 - 17h21

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior,Miguel Jorge, afirmou hoje (21), que haverá uma integração entre o Brasil e a Argentina na área de petróleo e gás. Ele se reuniu, na capital paulista, com a ministra argentina da Produção, DéboraGiorgi.Segundo ele, o país vizinho tem tradição ecapacidade tanto com grandes equipamentos como no fornecimento de peçase componentes para a indústria com produção por pequenas e médiasempresas. “É o que nós também procuraremos fazer no Brasil, vamosaprofundar isso para o pré-sal, para que possamos ter um maior volume de produção local”. Miguel Jorge disse, ainda, que os dois países continuarão arealizar um levantamento sobre a indústria naval na qual pode serrealizada a integração, com o envolvimento da Agência Brasileira deDesenvolvimento Industrial (ABDI). A agência, ele informou, vai trabalhar com organismosargentinos para fazer um levantamento das possibilidades de integraçãoprodutiva nessa área. A reunião também serviu para que os doisministros fizessem uma avaliação do comércio bilateral, nos oito últimos meses. “Apesarda crise forte no comércio mundial, nós prevemos que chegaremos a US$ 21bilhões de fluxo comercial entre os dois países, até o final do ano.Longe dos US$ 30 milhões que tivemos o ano passado, mas numa situaçãobastante diferente em termos de economia e de produção que tivemos nosdois países com o impacto da crise. A atividade econômica se reduziu emvários setores, tanto no Brasil quanto na Argentina, mas os números deUS$ 7 bilhões de exportações do Brasil para a Argentina e de US$ 6,8bilhões da Argentina para o Brasil também são importantes”, constatou.O ministro disse que os acordos setoriais feitos entre o Brasil e a Argentina - nos setores demadeira, calçados e papel - caminhambem, apesar dos problemas conjunturais e pontuais que enfrentam comrelação às licenças não automáticas de importação implantadas pelaArgentina. “Mas elas se referem a questões muito pontuais, especialmenteligadas ao setor de autopeças, com as exportações direcionadas para osetor de reposição da Argentina. O mercado de produção da indústriaargentina está absolutamente abastecido, de maneira normal”, afirmou Miguel Jorge.Ainda de acordo com ele, os dois países estabeleceram na reunião uma espécie decaminho rápido para resolver questões pontuais no que se refere aocomércio bilateral. “Funcionários dos ministérios da Produção [argentino] e do Desenvolvimento e Comércio Exterior [brasileiro] vão ter quantas reuniões forem necessárias para discutir e encontrar soluções para questões pontuais e eventuais acasosque possam haver no caso de licenças não automáticas”, disse. Segundoo ministério, entre os itens que esbarram no licenciamento não automático, aoentrar na Argentina, estão: calçados, papel,estão bens de informática e tecnologia, bens de capital, borracha,ferramentas, linha branca, metalurgia, móveis, eletroportáteis, têxtile vestuário. Ao todo, esses produtos são responsáveis por US$ 754 bilhões dasexportações brasileiras para a Argentina. Ficou decididotambém que os dois ministros vão se reunir a cada dois meses para avaliaro andamento do relacionamento comercial entre o Brasil e a Argentina.