Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, voltou a criticar hoje (19) os estudos anunciados pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, para a comercialização de carros de passeio movidos a diesel no país. “Eu não acho uma boa idéia.”
A proposta vai ser discutida com outros ministérios e terá de ser aprovada também pelos órgãos ambientais e pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). “No que compete a mim, minha orientação para o órgão ambiental e para o Conama é não aprovar essa solução”, disse o ministro.
Minc destacou que o Brasil tem o etanol como diferencial. A substância não emite gás carbônico, causador do efeito estufa, na atmosfera. Ele lembrou que toda emissão que sai do escape do álcool é absorvida pela cana na fase de crescimento da planta.
“Então, do ponto de vista das emissões, que é o que aquece (a atmosfera), o álcool é neutro”. Minc referiu-se também ao biocombustível fabricado pelo Brasil. “Então, abrir o carro para diesel, que em grande parte a gente importa, não é bom.”
Minc afirmou que o governo está tentando reduzir o teor de poluição do diesel, que era de 500 partes de enxofre por milhão, e agora está em 50 partes por milhão. O ministro lembrou que foi aprovada recentemente uma resolução no Conama, que reduz o teor de enxofre no diesel para 10 partes por milhão. A entrada em vigor, porém, será a partir de 2011.
“Aí, sim, a gente vai ter o mesmo nível da Europa. Acho uma péssima ideia liberar o diesel para os carros. Ainda por cima, nosso diesel, que não está no padrão dos outros países, que tem maior poluição de enxofre por parte”