Agricultores do Paraná comemoram aniversário de 25 anos do MST

19/09/2009 - 1h33

Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - Cerca de 1,5 milagricultores paranaenses são esperados hoje (19), na Lapa, a 70 quilômetros (km)de Curitiba, para a 1ª Feira da Agrobiodiversidade, que comemora os4 anos de fundação da Escola Latino- Americana deAgroecológia (Elaa), os 25 anos do Movimento dos TrabalhadoresRurais Sem Terra (MST) e de dez anos do Assentamento Contestado. Noassentamento, onde fica a sede da escola, vivem 108 famíliasque produzem verduras, legumes e frutas de forma agroecológica,respeitando o meio ambiente sem o uso de agrotóxicos. Elasproduzem o próprio sustento, vendem para o comérciolocal e entregam alimentos para entidades filantrópicas daregião, comprados por meio do Programa de Aquisiçãode Alimentos (PAA), da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) dogoverno federal.Durante a feira haveráa apresentação da trajetória de luta doassentamento e da construção da escola agroecológica,debates sobre a história do MST e sobre a importância daagrobiodiversidade e agroecológia. A Escola foi criada apartir de uma parceria entre a Via Campesina, o governo da Venezuela,governo do Paraná, Universidade Federal do Paraná(UFPR) e o MST. Segundo Luiz Clóvis,da coordenação pedagógica, o projeto tem sidofundamental para a articulação da Via Campesina naAmérica Latina. “ A escola forma jovens tecnólogos,filhos de agricultores de vários movimentos sociais que depoisretornam as suas comunidades e aplicam os conhecimentos adquiridos emtrês anos de curso. Eles contribuem no avanço destemodelo de produção no campo.”No mês de maiodeste ano foi realizada a primeira formatura da escola. Concluíramo curso os primeiros 52 tecnólogos em agroecologia do Brasil.Atualmente, outros 70 educandos dão continuidade ao curso e emoutubro começa a terceira turma. “São jovens devários estados brasileiros e dois são do Paraguai.”Segundo Luiz Clóvis,hoje à tarde durante a feira, serão mostradas asexperiências das famílias camponesas com aagrobiodiversidade e discutidos os avanços necessários.“As famíliascamponesas muitas vezes perdem para grandes empresas multinacionaisque se apropriam das leis de patente como no caso das sementes. Ostransgênicos são uma grande ameaça àautonomia dos agricultores. A dominação da tecnologiaestá concentrada nessas empresas.”Segundo ele, oagricultor tem que retomar sua capacidade de produzir suas própriassementes, cultivar e vender de agricultor para agricultor, ou dacooperativa para os associados.