Três em cada dez domicílios tinham computador em 2008

18/09/2009 - 10h57

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Pelo menos três emcada dez domicílios brasileiros tinham computador em2008, totalizando 18 milhões de residências. Alémdisso, dois em cada dez eram conectados à internet, somando quase 14 milhões. Embora os númerosmostrem algum avanço em relação aos dados de 2007, aindarevelam desigualdade no acesso a essa tecnologia.Mais dametade dos domicílios do país que têm computadorestá localizada no Sudeste (10 milhões), região que também concentra a maiorproporção de domicílios conectados àinternet (31,5%). Em seguida vêm o  Sul (28,6%) e oCentro-Oeste (23,5%). Nos últimos lugares aparecem as regiõesNorte (10,6%) e Nordeste (11,6%).Os dados foram divulgadoshoje (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE) e constam da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios(Pnad) relativa ao ano de 2008. O estudo, publicado anualmente, trazuma radiografia da situação econômica do país,com informações sobre população,migração, educação, trabalho, família,domicílios e rendimentos.De acordo com Elis Monteiro,relações públicas do Comitê paraDemocratização da Internet (CDI), organizaçãonão governamental que atua na inclusão digital depessoas de baixa renda, especialmente nas favelas do Rio de Janeiro,os números revelam que as classes sociais mais baixas aindatêm muitas dificuldades no acesso principalmente àinternet.“O acesso ao computador ficou mais fácilnos últimos anos, com a queda de preços e programas definanciamento para aquisição desse bem. Ao mesmo tempo,o acesso à internet requer investimentos mais altos tanto porparte do governo como da iniciativa privada. Muitas vezes as empresasque levam a infraestrutura, que é a base de tudo, acabamconcentrando sua área de atuação, em que tambémestá concentrado o dinheiro, especialmente nas regiões Sule Sudeste. O governo precisa fazer um trabalho de convencimento paraque essas companhias universalizem a estrutura e melhorem a qualidadedo acesso”, defendeu.Essa diferença entre as regiõesfoi notada pela empregada doméstica Edna Maria da Silva, quechegou ao Rio vinda de Pernambuco há cerca de seis meses. Logoque conseguiu um emprego na capital fluminense, fez sua matrículaem um curso de informática.“Lá no Nordeste émuito mais difícil conseguir locais com acesso àinternet. Aqui no Rio, pelo menos, as casas parecem ter maiscomputadores com o serviço. Por isso, logo que eu consegui umemprego tratei de me inscrever, porque hoje em dia, sem saber mexer nocomputador, é quase como se a gente não soubesse ler eescrever”, afirmou.Segundo o levantamento do IBGE, de 2007 para 2008 houve aumento no número dedomicílios atendidos por rede coletora de esgoto (1,4 pontopercentual), somando 30,2 milhões de residências que dispõem doserviço. Também subiu em 603 unidades onúmero de domicílios com outro tipo de esgotamentosanitário ou sem qualquer esgotamento (0,2 ponto percentual).A Região Norte, responsável pela menor parcela deresidências ligadas à rede coletora de esgotamento(9,5%), apresentou redução de 0,5 ponto percentual naproporção de lares com esse serviço,e aumento de 5,5 pontos percentuais nos domicílios com fossaséptica (unidades de tratamento primário de esgotodoméstico).O estudo também indica um aumentode 0,6 ponto percentual nas residências que passaram a contarcom serviço de coleta de lixo (87,9%) e nos lares com fornecimento de energia elétrica, que alcançaram98,6% do total. O acesso à telefonia também cresceu,principalmente a celular. Entre os dois anos, o númerode domicílios com algum tipo de telefone somou 82,1% e os quetinham só telefone móvel celular, 37,6%.