No Rio Grande do Sul, Lula diz que proposta para acabar com greve dos Correios é razoável

18/09/2009 - 21h03

Luciana Lima
Enviada especial
Porto Alegre - Em visita ao Rio Grandedo Sul para lançar a obra de duplicação da BR-448, naregião metropolitana de Porto Alegre, o presidente Luiz Inácio Lulada Silva rebateu as críticas que recebeu de um grupo defuncionários da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT), que estão em greve desde aúltima terça-feira (15). O grupo esteve presente na solenidade deassinatura da ordem de serviço para o início das obras, com faixasem protesto contra o presidente. Enquanto Lula falava, osmanifestantes gritavam: “Carteiros, na rua, Lula, a culpa é sua”.Lula rebateu: “Aproposta para os Correios é razoável e eu acho que a vanguardadeveria se curvar diante da vontade da maioria, porque a assembleiaque decidiu pela greve não tinha mais que cem pessoas lá emBrasília. Eu conheço essa história. Eu conheço liderançascovardes que são capazes de gritar greve e não são capazes dedizer que está na hora da gente voltar a trabalhar”.O Comando Nacional deGreve informou que 27 dos 35 sindicatos representativos dosempregados rejeitaram a proposta de reajuste imediato de 9% e aumento linear de R$ 100, a partir de janeiro de 2010, oferecida pelaempresa. O acordo valeria por dois anos, com o compromisso de nãohaver desconto dos dias parados se os empregados retornassem aotrabalho. Hoje, a Empresa de Correios e Telégrafos resolveu recorrerao Tribunal Superior do Trabalho (TST) contra a greve. O presidente disseainda que houve ganho salarial para a categoria em seu governo e quenão há razão para o movimento grevista. “Os companheiros dosCorreios sabem que praticamente no meu governo nós dobramos o valordo salário. Portanto, é importante que a vanguarda do movimento, em nomedas diferenças políticas, não levem os trabalhadores e astrabalhadoras a prejuízos salariais, porque na hora que começar adescontar o dia, as pessoas vão perceber que o sonho de querer tudotermina não tendo nada”, disse o presidente.“O bom dirigentesindical é aquele que tem coragem de começar uma greve, mas temcoragem de acabar a greve quando ele percebe que está pronto para aacabar a greve. Aquele dirigente sindical que faz uma greve e depoisnão sabe como acabar, fica pedindo aquilo que está além daspossibilidades, apenas para dizer que vai continuar a greve, podelevar os trabalhadores a prejuízos enormes no final das contas”,afirmou.No palanque estavampolíticos do PT que vieram do movimento sindical e que foram citadospelo presidente. “Aqui neste palanque tem alguns dos melhoresdirigentes sindicais que este país já teve”, disse Lula, citando osenador Paulo Paim, que dirigiu o Sindicato dos Metalúrgicos deCanoas, município da Grande Porto Alegre, e o ex-ministro das CidadesOlívio Dutra, que dirigiu o Sindicato dos Bancários do Rio Grandedo Sul. Durante tododiscurso de Lula, os manifestantes gritaram palavras de ordem contrao presidente. De acordo com o comando nacional de greve, dos 35sindicatos da categoria 29 estão em greve e que todos os requisitosda lei de greve estão sendo cumpridos. A categoria pede reajustesalarial de 41,03% e aumento de R$ 300 no piso da categoria,vale-alimentação de R$ 30 e auxílio cesta básica de R$ 250, alémde redução da jornada de trabalho e contratação de maisservidores por concurso.