Ipea confirma elevação do rendimento das camadas de mais baixa renda

18/09/2009 - 10h58

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O presidente doInstituto Nacional de Política Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann,disse ser compatível a constatação da Pesquisa Nacional deAmostra de Domicílio (Pnad) de elevação do rendimento dabase da pirâmide social.O estudo foi divulgadohoje (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE) e faz um comparativo entre setembro de 2008 e o mesmo mês de2007.Falando à AgênciaBrasil, Pochmann analisou que os dados do Cadastro Geral deEmpregados e Desempregados (Caged) já mostravam que mais de quatroquintos dos empregos formais gerados eram até três saláriosmínimos.“O dinamismo daeconomia naquele período até a crise vinha da geração de empregosde remuneração menor. Esses empregos são fortemente influenciadospela política de salário mínimo e não muito pelas negociaçõescoletivas de trabalho dos sindicatos”.Por isso, eleconsiderou razoável a informação da Pnad. Segundo Pochmann, elaexpressa um pouco da dinâmica do crescimento econômico que o paísestá experimentando nos últimos cinco anos, que foi uma expansãovia mercado interno e concentrada na base da pirâmide socialbrasileira.“O comportamento domercado de trabalho foi muito interessante, seja antes da crise, comoa PNAD mostra, seja durante e na fase posterior à crise”.Ele explicou que antesda crise o melhor desempenho do mercado de trabalho ocorria nomercado formal. Houve uma mudança importante na composição doemprego na sua totalidade, não apenas pela dinâmica econômica, mastambém devido ao esforço que foi dado à formalização daspequenas e micro empresas, além de maior crédito e da mudança nalegislação.Pochmann lembrou quedurante a crise, o que costumava ocorrer era a combinação dedesemprego com informalidade.“Tivemos um aumentodo desemprego, mas não houve a expansão da informalidade, comotradicionalmente se verificava. O mecanismo de ajuste tradicionalterminou sendo a rotatividade, que fez, de maneira geral, que ossalários maiores sejam trocados por salários menores”.O presidente do Ipeadestacou, entretanto, que como os salários menores estão protegidospela política do salário mínimo, não há um rebaixamento no quediz respeito à base da pirâmide social. “Esse é um diferenciadorimportante do ciclo de expansão que nós vínhamos tendo até antesda crise”.