Minc diz que países ricos precisam financiar redução de desmatamento na Amazônia

17/09/2009 - 16h38

Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse hoje (17), após reunião com os governadores dos nove estados da Amazônia Legal, que os países ricos devem financiar a redução do desmatamento brasileiro. “A posição brasileira é que os países desenvolvidos têm que fazer um dever de casa muito alto, porque eles são os responsáveis [pelos problemas ambientais que levaram ao aquecimento global]. Além de reduzirem, eles têm que financiar os [países] em desenvolvimento para preservar e reduzir as emissões”, afirmou Minc. Segundo ele, houve consenso, durante a reunião, de que os estados do Norte precisam receber recursos para “manter a floresta em pé”. Minc afirmou também que o Brasil vai propor a criação de um “mecanismo de mercado” para financiar um adicional de redução de carbono para os países ricos. “A Europa, por exemplo, diz que vai reduzir em 30% suas emissões. Nós achamos que deveria ser em 40%. Então esse fundo de mercado iria financiar essa diferença de 30% para 40%”, explicou o ministro, sem dar mais detalhes sobre como funcionará o financiamento. O governador do Amapá, Waldez Góes, também falou no financiamento para os estados da Amazônia. “Nós preservamos 97% [da área de floresta no estado] e não recebemos um centavo para isso”, afirmou. Ainda segundo ele, os países ricos precisam diminuir suas emissões e “acabar com essa história de que a Amazônia é a vilã”. O governador de Rondônia, Ivo Cassol, também reclamou. Segundo ele, com o atual comportamento dos países desenvolvidos “não compensa” reduzir o desmatamento. “Para que preservar se os países ricos não ajudam? Eles são os mais industrializados, os que mais emitem”, questionou o governador. O ministro Carlos Minc disse que a delegação brasileira vai “falar grosso” na Conferência sobre Mudanças Climáticas que acontecerá em dezembro em Copenhague, na Dinamarca.