Crescimento das reservas mostra capacidade de recuperação brasileira, diz Meirelles

17/09/2009 - 19h47

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Passados os efeitos mais pesados dacrise financeira internacional no Brasil, vividos entre outubro de2008 e março deste ano, o país mostra um “poder derecuperação forte, saudável, em trajetóriade crescimento sustentável”. Foi o que afirmou hoje (17) opresidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Como exemplo, Meirelles citou o aumento das reservas, que, no momento em que a crise foi deflagrada, em 15 de setembro do ano passado,estavam em US$ 207,5 bilhões e ontem (16) fecharam em US$222,6 bilhões.Um das explicações para o dado positivo, na opinião do presidente do BC, é a transparência do mercado financeiro. “As leis brasileiras na área financeira sãoclaras, existe grau de transparência nas instituiçõesfinanceiras, sob controle da autoridade monetária e issopermite previsibilidade.”Quando os efeitos da crise atingiram o Brasil, na forma de corte de créditos, o BCcriou mecanismos para liberar R$ 142 bilhões de compulsóriosbancários e de socorro aos bancos menores, empresas eexportadores, de modo a garantir liquidez ao mercado.De acordo com Meirelles, porcausa dessas iniciativas, “pudemos partir para uma recuperaçãogradativa da oferta de créditos em um processo liderado pelosbancos públicos, de sorte que já retornamos aospatamares do período pré-crise”, disse Meirelles em palestra no 12º Congresso Brasiliense de DireitoConstitucional. Meirelles reafirmou que o Brasil foi um dospaíses que menos sofreu as consequências da derrocadafinanceira que atingiu, principalmente,os  Estados Unidos, a Europa eo Japão. Segundo ele, o Brasil estava preparado paraenfrentar turbulências dessa natureza pois, além de fortesreservas, tem uma legislação quepossibilita absoluto controle de regulação do mercadofinanceiro. “Tanto que conseguimos sair da crise bem mais cedo quea maioria dos países.”O presidente do BC destacou que "saímos da crise mais cedo e mais fortes, sem desequilíbrio institucional". Ele citou como mostra disso alguns exemplos: a renda da população que continua crescendo; o desemprego, que está menor do que nos Estados Unidos e na Europa; aoferta de empregos que, em agosto, foi maior que no mesmo mês do anopassado, antes da crise; e o fato do índice Gini, que mede adesigualdade social, estar em queda, com cada vez maisbrasileiros subindo na escala social.