Assessoria de Marco Maciel esclarece contratação irregular de servidor

17/09/2009 - 15h57

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Aassessoria do senador Marco Maciel (DEM-PE) confirmou hoje (17) que oparlamentar lotou um servidor da gráfica do Senado na liderança do PFL (atual Democratas) emabril de1991 a pedido do então subchefe de gabinete, Silvio Esteves Coutinho.De acordo com os assessores, à época, Coutinho informou que o servidor, na verdade seu irmão, seria alcoólatra e passava portratamentos e argumentou que a lotação no gabinete permitiria o acompanhamento do estado de saúde dele.Em dezembro domesmo ano, de acordo com a assessoria, o irmão de SilvioCoutinho foi preso por latrocínio e cumpriu pena de dois anos noPresídio da Papuda, em Brasília. O então subchefe de gabinete, sem oconhecimento do Senado e de Marco Maciel, segundo os assessores, falsificou a folha de pontodo irmão, o que lhe garantiu, por meio de procuração, receber o saláriodo servidor no período em que ele esteve preso na Papuda.Os assessores informaram que toda a história só se tornou pública pela Justiça em marçode 1996 quando Marco Maciel já ocupava o cargo de vice-presidente daRepública. Coube ao seu suplente no Senado, Joel de Hollanda, afastar SilvioCoutinho do gabinete. No mesmo ano, foi instalado o primeiro processodisciplinar que se desdobrou em um segundo processo para ressarcimento aoscofres públicos de R$ 219 mil, em valores de 1999, sujeitos à correçãomonetária e a juros de mora.Hoje, mesmo após responder a doisprocessos administrativos, um inclusive com a indicação de que deveriaser demitido pelo ato praticado, Silvio Esteves Coutinho permanece noquadro de pessoal do Senado, lotado na Subsecretaria de Anais, informoua assessoria de Maciel. Já o irmão de Coutinho foi aposentado porinvalidez após constatada alienação mental, conforme os assessores doparlamentar.Na sessão de ontem (16) do Senado, o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), revelou o caso, sem citar o nome do parlamentar envolvido. O líder do PSDB, Arthur Vigílio Neto (AM), então, cobrou que Renan revelasse o nome do senador, sob "pena de prevaricação".