Frigoríficos JBS e Bertin anunciam acordo para futura fusão

16/09/2009 - 18h20

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O JBS e o Bertin poderão se tornar, juntos, o maior grupo de abate e comercialização de carnes do mundo. Hoje (16), as administrações dos dois frigoríficos informaram, pormeio de nota, que foram comunicadas por seus acionistascontroladores que “foi firmado um cordo de associação que prevêdiversas transações de forma a viabilizar a unificação dasoperações do Bertin e do JBS.” A fusão dasduas empresas ainda depende da aprovação por parte das autoridadesde defesa da concorrência no Brasil e no exterior. O Bertin possui 38 frigoríficos no Brasil e no exterior, com capacidadepara abater até 16,5 mil cabeças por dia, empregando mais de 28 milfuncionários. Seu faturamento, em 2008, foi de R$ 7,5 bilhões. OJBS, que já é a maior empresa de carne bovina do mundo, temcapacidade de abate de 73,9 mil cabeças ao dia em suas 25 unidadesespalhadas por nove estados brasileiros, seis na argentina, 16 nosEstados Unidos, dez na Austrália e oito na Itália. No ano passado, teve receitas líquidas de R$ 30,3 bilhões. Oministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, disse que representantesdas duas empresas se reuniram ontem (15) com ele para comunicar onegócio e que não deve haver grandes mudanças no mercado internona relação com produtores . “Como ministro da Agricultura, nãoposso defender a concentração, mas se trouxer mais eficiência nomercado externo e ganhar em escala, talvez essa seja a únicasolução”, afirmou. Ele disse, no entanto, que as empresas nãoderam informações sobre a garantia de emprego de seus funcionários.Opresidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grossodo Sul (Famasul), Ademar Silva Júnior, recebeu a notícia comressalvas. “O mercado está cada vez mais concentrado e temos queavaliar qualquer possibilidade de cartelização”, afirmou. Oestado tem duas plantas do Bertin e uma do JBS. “[Aassociação das empresas] é ruim para o produtor porquereduz o número de compradores. Não é uma boa notícia”, avaliouo presidente da Comissão Nacional de Meio Ambiente da Confedeaçãoda Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Assuero Veronez.