Eletrobrás prepara novo Atlas Eólico Nacional

16/09/2009 - 7h01

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Estudos feitos pelo Centro de Pesquisas de Energia (Cepel) da Eletrobrás  mostram que o potencial eólico (energia produzida pelos ventos) brasileiro é maior do que o estimado em 2001, quando foi elaborado o Atlas Eólico Nacional.

Na ocasião,  os cálculos - que consideraram uma altura de 50 metros acima da superfície, além do relevo e da rugosidade do solo de cada região - apontaram que o potencial eólico do país era de 143 mil megawatts (MW) de energia, ou 143 gigawatts (GW). Os aerogeradores usados à época para a produção de energia eólica tinham entre 30 e 40 metros de altura.

 “Nós fizemos alguns estudos preliminares que, realmente, apontaram mais de 250 GW. Mas não é um número fechado ainda, porque temos que fazer cada região em função da ocupação do solo”, disse à Agência Brasil o engenheiro elétrico Antonio Leite de Sá. “Mas a gente espera que seja maior do que 250 GW, pelos indicativos preliminares que temos".

Antonio de Sá coordena o trabalho do novo Atlas Eólico Nacional, que  está sendo desenvolvido pelo Cepel e que deve ficar pronto até o fim de 2010. O novo Atlas identificará o aumento do potencial eólico do país. Todo o Brasil será mapeado, a exemplo do que ocorreu na edição anterior.

O pesquisador observou que, atualmente, os cálculos deverão considerar entre 90 e 100 metros acima do solo, uma vez que algumas usinas eólicas já operam com equipamentos  nessa faixa de altura.

O estudo anterior utilizou como parâmetro principal informações de sondas por satélites, pelo movimento das camadas de ar na atmosfera. O Atlas foi calculado de forma matemática. “É um Atlas numérico”. Todos os cálculos foram feitos para 50 metros. “E o índice de acerto foi muito bom”. As usinas eólicas estão sendo implantadas  no Brasil  nos locais em que o Atlas indicou melhores ventos.

Antonio de Sá afirmou que o leilão de energia eólica programado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) para o dia 25 de novembro deste ano servirá de diretriz para os estudos que estão sendo feitos. Se ele se repetir durante dez anos, vendendo energia eólica na faixa de 1 a 2 GW por ano, isso representará entre 10 GW e 20 GW de energia dos ventos no país em dez anos. “Dependendo do sucesso desse leilão, a gente vai poder estimar o potencial”, explicou.

Cerca de 441 projetos estão inscritos na EPE para participar do leilão de energia eólica de reserva, disse Antonio de Sá. A perspectiva do pesquisador é de que se o leilão tiver sucesso, haverá mais investidores no Brasil e mais indústrias vindo para o país. A demanda garantida aumentará a concorrência e reduzirá o custo dos equipamentos.