FGV mostra mudança na percepção sobre violência em locais atendidos pelo Pronasci

15/09/2009 - 21h02

Gilberto Costa
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Ministério da Justiça divulgou duas pesquisas deopinião encomendadas à Fundação GetulioVargas (FGV) sobre a percepção sobre violênciaentre policiais de todo o país e entre moradores de sete áreasvulneráveis atendidas pelo Programa Nacional de SegurançaPública com Cidadania (Pronasci) em Brasília,Maceió, Porto Alegre, Recife, Rio Branco,Rio de Janeiro e Vitória.

Criado em agosto de 2007, oPronasci envolve 15 ministérios  e foi implementado no ano passado. A primeiracomunidade atendida foi a do bairro de Santo Amaro, em Recife, em dezembro. Hoje, o programa tem açõesem 11 regiões metropolitanas.

Deacordo com a FGV, nas áreas pesquisadas, “osdados indicam uma melhoria da percepção sobre asensação de segurança entre os meses de março de 2009e junho de 2009”. A instituição ouviu 2.850 pessoas.  “Agrande maioria acredita que as ações do Pronasci serãocapazes de melhorar a situação de segurança”.

Oministro da Justiça, Tarso Genro, comemorou os resultados. Emsua avaliação, a pesquisa de opinião demonstra“reconhecimento da comunidade que o Pronasci melhora a sensaçãode segurança” e “consciência no aparato policial daimportância do programa para mudança de sua atividade”.

ParaGenro, a pesquisa também sinaliza “mudança deparadigma” na opinião das pessoas de que apenas o aumento darepressão policial poderá reduzir o problema deviolência. “Não podemos criar a ilusão que osimples aumento da força policial e da açãorepressiva vai reduzir a criminalidade. Não ocorre isso, atéporque, hoje, é simplesmente impossível acompanhar ovolume das concentrações no país”.

Aopinião sobre a eficácia do Pronasci, no entanto, variade acordo com a área da pesquisa. Para 76,79% dos moradores deSanto Amaro, em Recife, as ações do programa melhoram asituação de segurança na comunidade. Em BeneditoBentes, um dos bairros mais populosos de Maceió, a avaliaçãopositiva cai para 36%. A margem de erro da pesquisa éde 5 pontos percentuais.

Paraa maioria dos entrevistados, aviolência e a falta de segurança (4,81%) são menos citadas como “problema mais frequente na comunidade” do quefalta de asfaltamento e calçamento (45,3%), falta desaneamento básico (36,14%), existência de terreno baldio(30,56%), falta de iluminação pública (23,96%),falta de ligação de água (16,32%) ou falta deligação elétrica (7,79%).

Também foi enviado questionário, por correioeletrônico, para 55.533 policiais de todoo país, o que corresponde a 10% do efetivo. A percepção dos policiais sobre a violênciaé mais crítica: 56,31% deles consideram asituação da segurança pública como “tensacom enfrentamentos ocasionais, mas ainda sob controle”; e 16,15% a avaliam como “crítica e de difícil contençãoda ordem”.

Os policiais ouvidos não são apenas das áreasatendidas pelo Pronasci. Entre eles, é minoritária a opiniãode que diminuíram casos de assassinato, violência contraa mulher e contra a criança, roubos a domicílio,espancamento e lesão corporal. No caso de ameaça comarma, 37,84% dos policiais afirmam que a situaçãopiorou.