Especial - "Saímos da crise de cabeça erguida", comemora Mantega

15/09/2009 - 12h28

Daniel Lima, Kelly Oliveira e Yara Aquino
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - Hoje é um dia decomemoração, afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, aoavaliar as medidas adotadas pelo governo desde que as turbulência nomercado financeiro internacional  passaram a trazer preocupaçõespara o país, que comemorava o crescimento até a metade do ano.“Saímos da crise decabeça erguida e não destroçados”.Mantega admitiu, noentanto, que ainda existem problemas, como no comércio exterior e nacarga tributária.“Embora a criseesteja sendo superada, ainda tem muito problema a resolver” disse.O ministro lembrou queé importante pensar em ganhar mercado no exterior, pois ainda levade dois a três anos para a crise acabar nos outros países, quepassarão a demandar mais matéria-prima. Ele exaltou também aentrada das reservas do pré-sal como uma riqueza “computada” eque será apropriada pelo governo e pela população “Não tem retorno.Está aberta a rota para que Brasil seja um dos países maisimportantes do mundo”.Segundo Mantega, oBrasil conseguiu passar pela crise com “eficiência e propriedade”e isso se deve não só ao governo, mas aos diversos segmentos dasociedade, representados no encontro pelo CDES. O ministro elogiouainda a equipe econômica pelo enfrentamento das turbulências.O ministro reafirmouque o país foi um dos primeiros a sair de uma crise “foi única”pela sua natureza. Ele lembrou que o Brasil não ficou em pânicocomo os outros países e que o presidente da República soubeconduzir toda a equipe de governo diante da situação.“Estamos todos deparabéns. Lá fora todos reconhecem o sucesso do Brasil [diante dacrise]”.Bem-humorado, eleafirmou que o Comitê de Crise, que assessorou o governo desde ofinal do ano passado, agora terá de mudar de nome.Mantega faz um panoramada atual situação do Brasil e fala das medidas adotadas paracombater a crise, entre elas o acúmulo de reservas internacionaisacima de US$ 221 bilhões. Irônico, o ministro rebateu os analistasque criticaram o país quando inicialmente o Banco Central começou aacumular reservas e estas chegaram ao patamar de US$ 100 bilhões.O ministro elogiou aregulação do sistema financeiro, que considerou sólido, e aprudência desse mesmo sistema, que adota garantias bem maiores parao risco de crédito do que os de outros países afetados pela crise.Durante a apresentação,um pedestal de microfone caiu em direção ao ministro, quebem-humorado disse que o incidente era uma manobra dos bancosinternacionais que não gostaram do comentário. Mantega elogiou aindaos bancos públicos, que acrescentaram 25% à oferta de créditodurante a crise, enquanto os bancos privados contribuíram com apenas3,9%.